quarta-feira, 29 de outubro de 2008

DIFERENÇAS



Sempre é complicado aceitar as distintas opiniões e vontades, isto não é novidade para ninguém, não precisa ir tão longe, conviver com qualquer pessoa nos mostra isso. Já o porquê disto ninguém sabe exatamente. Os estudiosos acreditam que é porque apesar de sermos iguais geneticamente, somos apenas parecidos.


No próximo domingo terá São Paulo X Internacional no campeonato Brasileiro. Quem me conhece sabe que sou internacional e meu namorado são paulino. O jogo será aqui no Morumbi, e eu nunca consigo ir ao estádio assistir meu time por ser um gaúcho. O que fazer? Ir ou não ao jogo? E mesmo que escolhamos ir, em qual torcida ficaremos? Colorados? Ou tricolor paulista? Foi o que me fez escrever sobre as diferenças hoje.


A neurociência e a psicologia acreditam que cada pessoa, desde a vida intra-uterina, já recebe informações próprias, tornando-as um indivíduo. Isto é muito bom se vermos pelo lado de que cada pessoa tem um ver e entender o mundo, mesmo que parecido... único. Afinal, aprendemos com o que vivemos e vice versa. Este processo se torna fácil quando pensamos igual às outras pessoas ou quando as divergências não nos afetam.


Apesar disso, quando as opiniões e vontades não batem com as nossas, uhm a casa cai. Daí é que surgem casos como a Eloá, e outros tantos casos que deixaram fortes marcas através da mídia, com fins terríveis.. Uma guria que buscava apenas a liberdade de poder amar, mas acabou nas mãos de um carrasco autoritário em conservação do amor.


Como li sobre o assunto da Eloá: “O que os separavam era só a diferença de vontades e de visão.” O assassino dela não aceitou que era possível ela se desinteressar e deixar de amá-lo, mesmo o que era para ser um grande amor. E deu nisso tudo! Difícil julgarmos como erro ou não erro de Eloá, mas complicou tudo acreditando que podia controlar a loucura do ex-namorado, e esqueceu-se das diferenças de visão e compreensão dos fatos. Ninguém pensa e responde igual a ninguém.


A medicina sabe que é possível morrer de amor e o direito comprova que é possível matar pelo que se diz ser amor. Uau né? Que dilema constante no mundo, e na realidade daquele ex-casal. A resposta para o trágico não cabe a eu dizer, mas neste caso, talvez seja porque ninguém acreditou que as diferenças podiam se tornar impossíveis de conviver e de suportar. Pode ser mais sério do que imaginamos.


Com tudo, meu caso não é tão sério assim. Acho que vou preferir assistir ao jogo pela televisão mesmo! Citei dois extremos, claro! Futebol não se compara com perder a vida, só quis mostrar o quanto as diferenças começam em simples conflitos, e se não controlados, acompanhados com cuidado, podem se tornar irreversíveis.

Um comentário:

Icaro Queiroz disse...

Uau Marília, que visão analítica teve acerca do tema – “diferenças”, adorei!

O paralelo que traçou para falar apenas de “um jogo de futebol” foi fantástico, usou os extremos com exatidão e clareza.

Quando fala sobre “as diferenças nas vontades e a visão de cada qual” – você é conclusiva e nos faz pensar, ótimo, isso traz a tona pensamentos de reflexão.

Alguma vez já mencionei que é agradável ler seu blog? rs

Acho que umas 20 vezes, no mímino. rs

[]'s,
Icaro Queiroz