Citações



Primeira depilação de uma mulher, desconheço o autor, mas chorei de rir... Vale a pena!!!



“Tens de tentar. Vai ficar lindo.” Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. (palavras magicas estas dos 10Kg)
Disseram que o meu namorado ia adorar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria.

ao telefone:
-boa tarde, queria marcar depilação com a Paula.
- Vai depilar o quê?
- A Virilha.
- Normal ou cavada?
É pá. Eu lá sei o que é uma virilha cavada. Mas já que é para fazer…
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às… Deixa eu ver…13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que ia perder dez quilos. Almocei uma coisa leve, porque sabia lá eu o que me esperava, vesti uma roupa bonita, para ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui.

Assim que cheguei, a Paula já estava a minha espera. Mulherona alta, muito bonita.
Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.
Saímos da sala de espera e entrei num corredor. De um lado a parede e do outro, algumas cortinas brancas. Por trás delas havia gemidos, gritos, conversas.
Fiquei com um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei as calças e, timidamente, fiquei lá estirada de cuecas na maca.
Mas a Paula mal olhou para mim. Virou as costas e ficou de frente para uma mesinha. Onde estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas.
Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Oh meu Deus, parecia uma sala de sadomasoquismo. De repente ela vem com um cordel na mão.
Fingi que era natural e sabia o que ela ia fazer com ele, mas fiquei surpreendida, quando ela passou a cordinha pelas laterais das cuecas e deu um nó bem forte.

- Quer bem cavada?
- É… é, isso.
A Paula só deixou as cuecas a tapar uma fina faixa da badana.
-Os pêlos estão grandes demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia nada do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula com um líquido viscoso e quente (via pelo fumo).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Dobre os joelhos e depois mete as pernas para o lado.
- Arreganhada, então?
Ela riu. Que situação….
E então, a ela passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Muito bom, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal.
Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas os meu ossos tinham ficado na maca.
Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até contei os azulejos da parede só para disfarçar a minha expressão, para fingir que era tudo super natural.

Então a Paula perguntou se estava tudo bem quando me viu roxa. Eu tinha-me
esquecido de respirar… Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo óptimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa “rapariga estranha”. Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade da espancar.
Lembrava-me das minhas “amigas” recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande conspiração, só para me fazer sofrer. Todas recomendam porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Fogo, que ideia. Mas quem está na maca tem que se fuder mesmo…
-Ah, arranca p’aí. (Faz isso valer a pena).
Não bastava minha condição, a depiladora do lado invade a salinha e dá uma olhadela na senaita.
- Olha, esta a ficar linda.
- Mas está cheia de pelos encravados aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria abanado com a respiração das duas.
Só faltava lá esfregarem a cara. Fechei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. “Tira-me daqui meu Deus, teletransporta-me para Marte por favor”. Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui, porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, não sentindo nada.

Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça, filha da puta, a arrancar cada cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia eu, que o motivo para eu querer fazer isso ainda estava para vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado para fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Paula.
Deitei de lado e fiquei esperando novas ordens.
- Segura o rabinho aqui?
- Hein?
- Afasta as bordas do rabinho.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que ela via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Nem a minha ginecologista esteve tão perto desse olho. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, para ver se ela ficava envenenada. Fiquei a imaginar a Paula a acordar à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, amor?
- Sim… só sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente, fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou da vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia.
Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos?
E aí veio o pensamento: p’era, mas tem cabelo lá? Fui impedida de continuar com o raciocínio.
Ela puxou a cera. Achei que o rabo tivesse ido toda embora, num só puxão, arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha para contar a história.

Mordia a almofada e grunhia ao mesmo tempo. Sons pré-históricos, palavrões, pedidos de súplica e perdão pelos meus pecados, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez?
E então, piora. A vaca da sala ao lado entra outra vez…
- Paula, tens um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais.
Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando para quem afinal? Ninguém ia ver o olhino tão de perto daquele jeito. Só mesmo a Paula. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar a maquininha.
- Máquina de quê?! (mais dor não!…)
- Para deixar ela com os pêlos curtinhos, que nem um campo de futebol.
- Dói? (perguntei a medo)
-Não dói nada.
- Tá, passa essa merda…
- Baixa a cuequinhas, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo.
Baixa as cuecas…. como é que alguém diz isto sem antes pegar nas mamas? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da badana ao cu. O que seria baixar a cuecas?
E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
- Prontinha. Posso passar pó de talco?
- Pode, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar…namorar… eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas dói e incomodava.
Queria matar as minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso, queria fazer uma manifestação, criar uma lei anti-depilação cavada.







Toda mulher é doida, por Martha Medeiros


Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar "the big one", aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? 

Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir, às vezes, que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo para o alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.


Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante.
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. 

Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.



Amadurecimento, por Mário Quintana

Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você... A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando... A vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar... Mas uma coisa parece estar sempre presente... A busca pela felicidade, com o amor da sua vida. 

Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar?" E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele?". Como diz meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente sempre achava que era. Cada namorado era o novo homem da sua vida. Fazíamos planos, escolhíamos o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo". Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses. 

Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva. Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite. Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando você está de short, camiseta e chinelo. A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação, já não tem o mesmo valor que tinha antes.

A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal,que nos complete, e vice-versa. Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos à luta... E haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira. Sem falar na diversidade, que vai do Forró ao Beatles.

Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som... Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele cara que você ama (ou acha que ama), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

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