sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Deus para 2013!!!

Abri algumas vezes a edição do blog e apenas pensei o que escrever neste post. Tô aqui de novo e agora vai! É difícil falar de 2012 sem comentar 2011 e planejar 2013. É o fascínio dessa época de réveillon. Eu poderia comparar minha vida em dezembro de 2011 com este fim de ano, mas não saberia lhe explicar como cheguei até aqui, em apenas 365 dias. Como muitos amigos de diferentes lugares sempre me falam, eu dei um giro de 180 e cai do outro lado da minha história, um lado doido, assustador, um lado que eu jamais sonhei e imaginei cair. Mas que eu gostei. De modo que fica impossível não falar de Deus... 

Em 2011 numa noite bem difícil, eu me lembro de chorar um amargo brabo, abri a bíblia, perdida. O que parecia tão difícil, só complicaria com a notícia de que eu estava grávida, não porque não queria, mas por não saber como melhorar o meu mundo em 9 meses para a minha princesa que chegaria. E Deus me separou na Sua verdade, que toda a minha lágrima de tristeza se transformaria em lágrima de alegria. E eu acreditei.  Dormi, acordei no dia seguinte, tudo igual. E no outro dia de novo, e no outro dia de novo. E na outra semana também. 

Mas o que são dias para uma vida inteira? Eu confiei. Hoje não é nada raro eu chorar com um sorriso da minha filha. Choro mesmo! Choro porque ela é um milagre em minha vida e em meu ser. Porque ela é perfeita e minha maior companheira, eu nunca ando sozinha. Porque um dia ela não estará mais por perto, seguirá a vida dela, mas eu terei lembranças lindas que começaram agora. E por isso é esperado também que eu fale da Sophia, fale sempre, como vem acontecendo nos últimos meses. Falo da Sophia e do mundo que melhoramos juntas todos os dias.

Este ano de 2012, para mim, resume-se em: Deus, Sophia e mudança. Eu que sempre fui resistente à mudanças, vivo mudanças da Sophia, um novo hábito que eu tenho que saber lidar, uma nova teimosia que eu tenho que domar, um novo sorriso que eu me boto a chorar e inevitavelmente me recordar do que Deus me disse naquela noite. Hoje a minha felicidade e gratidão são tão grandes, que eu me expresso em lágrimas. Sabe quando a tristeza é tanta que vc apenas chora? Assim é a minha gratidão quando a Sophia sorri para mim, eu apenas choro. Para 2013 eu quero transbordar alegria a cada novidade da minha pequena! Enquanto ela ainda for pequena, enquanto ela ainda for minha, enquanto este sorriso ainda for da minha palhaçada! 

Pra quem dizia que "menina é do pai" e "menina puxa o pai"... tá ai a Sophia da Marília. A minha menina é minha e puxou a mim! Isso foi 2012, e isso será para sempre. Um 2013 de amor e lágrimas de gratidão para todos nós! Deus não é coincidência, Deus é Deus e o mundo necessita mais d'Ele! Deus é amor, é perdão, é misericórdia, é fidelidade, é paz interior, é fé que tudo se resolve, é alegria, é ter filhos, é saúde, é levantar cedo todo dia para trabalhar, Deus é compreensão, é disposição, é ter amigos, é natureza, é música, é luz, positividade. É de Deus que 2013 precisa!!!! Feliz 2013 queridos!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Eu só queria que soubesse da minha saudade



Oi. Quanto tempo! Mas nem tanto assim né? Eu perdi um pouco a noção de tempo e distância desde que nos despedimos. Às vezes o perto está tão distante e o longe tão dentro de nós. Estou ouvindo Forrest Gump, meu coração bate mais forte, como se fosse saudade. Mas não é, porque te sinto aqui dentro de mim. Outra vez eu aqui. Eu queria poder tirar a tua dor com as minhas mãos e, eu até tentei. Eu só queria que soubesse que eu aceitaria. Falar sozinha para quem já se foi parece psicótico, mas eu não ligo de parecer louca. Você se foi deixando essa imagem para tantos, mas eu bem sei que não é real. Eu só queria que soubesse que eu te entenderia. O que os olhos não veem, o nosso coração pode sentir. Consegue sentir isto? Parte de mim está ai, à noite quando todos dormem com seus segredos, no vento que a natureza nos dá ou a velocidade de se fugir de qualquer coisa, no silêncio sentido que a gente apenas olha, eu estou ai. Porque sentir não tem relação nenhuma com merecer. 

Eu queria poder tirar os teus medos com a minha vontade. Eu só queria que soubesse que eu faria isso. Que eu faria qualquer coisa. Mas hoje eu também estou nesse aperto. Há dias em que o que eu mais preciso é da tua calma, e me desespero. Por mais que eu já saiba que chorar não vai trazer você de volta. Se assim fosse, te teria aqui comigo. Se eu soubesse o que iria acontecer, teria viajado contigo para bem longe. Te colocaria num lugar com tudo que você ama e que ainda restam, teus "cacarecos", teu grande amor, tua elegância; eu cuidaria disso tudo por você. Eu só queria que soubesse que eu te aceitaria com esse teu quase nada que para ti é tudo. Pra dividir contigo essa imensidão exagerada que te esquivou de todos. Eu decidi te guardar na minha saudade mais querida. Mesmo que isso não passe de um discurso psicótico, eu só queria que soubesse disso. Que falta!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Amar a sofisticada simplicidade

A verdade é que não damos valor ao que temos, o corpo do outro sempre será mais bonito, teu cabelo nunca estará no tom que vc quer, aquela roupa nova não cai mais legal, a viagem não foi tudo aquilo, o casamento nem é tudo isso... E conforme vai chegando fim de ano assim, como agora, planejamos atualizar a versão do carro ou do celular, sempre tem o tal "do ano" que te faz antigo, cafona, desatualizado! Nunca estamos no ideal. Vamos deixando de lado belezas que temos, privilégios que a vida nos dá. Esquecemos aquele sorriso que tanto lutamos para conquistar e que hoje é só parte do dia a dia, mas que ainda está ali, vivo. Parece que enquanto a vida não nos tira o fator mais simples, não damos valor ao que na verdade era o mais precioso. Porque este o dinheiro não compra, os anos não te permitem trocar, ele é insubstituível. E isso sim é valioso, porque temos que cuidar, não virão outros, pelo menos não iguais! Gostaria de ter fé o suficiente para acreditar que as pessoas entenderiam isso não porque é Natal, mas porque se perde um amor em qualquer dia, a qualquer momento e, fazer do ano inteiro essa época de amar a sofisticada simplicidade de se ter alguém.

Foi meu post de boa noite hoje no Facebook, a galera curtiu e meu cunhado sugeriu vir para o blog. Então está ai!!! Que a gente ame mais neste novo ano! Bjss.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ser mulher é fazer o que se tem vontade

Estava demorando para eu escrever sobre a mulher. Há pouco menos de 1 ano eu me tornei mais mulher, já nasci mulher, mas quero dizer aquela que a sociedade estipulou. Semana passada uma estudante de jornalismo me procurou com o convite de responder à uma entrevista em sua matéria para a faculdade. Eu pedi o tema e uma prévia das questões para me preparar e, lá veio o título "A mulher atual e seus múltiplos papéis". Pareceu piada. Mas eu aceitei o desafio! Era como falar de mim mesma, com o máximo possível de base teórica que eu conseguisse ignorar de mim mesma e me focasse na psicologia, ela buscava respostas de uma psicóloga e não da mulher "multitarefada" que sou. Contudo, eu fui bastante sincera também com relação ao que minha experiência ainda muito pequena já me proporcionou. Não é fácil! E nenhuma mulher consegue o sucesso sozinha, assim como qualquer pessoa. Ajuda é fundamental, mas sem dúvida alguma, quando a coisa aperta, é a mulher quem tem que resolver. 

Dizem que quando a mulher casa ela passa a ter sempre um filho a mais: o marido! E isso é a pura verdade, os homens têm uma extraordinária ideia, unânime entre eles aliás, de que a mulher sucede as tarefas de suas mães, isso me cansa. Batemos o carro no final de semana passado, graças a Deus está tudo bem, mas o carro foi para o concerto e ficará na "UTI dos automóveis" nos próximos 15 dias. Quem busca a criança na escola de ônibus??? Mamãe, sim, eu! E como se não bastasse o filho e o marido-filho, a mulher vai e busca afeto ainda maior com algum bichinho de estimação... Porque a criança precisa, porque é saudável o contato com animais, porque diverte a família e um monte de blábláblá pra não assumir que ela mesma queria o filhote. Pra não assumir que eu queria muito o filhote. Mas como dar conta disso tudo? 

Engravidei de uma filha e me vejo com três, o bebê, o outro bebê maior e o bebê de focinho. Haja recordações do tempo em que eu chegava em casa e fazia nada com a Doty para me torturar e dizer a velha frase dos nossos pais "Eu era feliz e não sabia". Eu vou te falar que sou muito feliz hoje, pra lá de bagadá! Mas... necessito não cozinhar só hoje. Se eu trabalho fora e evolui dessa questão social de que só o homem trabalha, porque ele não pode passar as minhas roupas também? É muito forte ainda, infelizmente, a pressão social sobre a vida da mulher e, eu estou me sentindo prejudicada com isso. Eu não vou lutar contra, não daria murro em ponta de faca, só estou registrando mais uma fase dessa minha vida maluca. Apesar de tudo, eu tenho orgulho de ser essa mulher, ainda que estigmatizada como estressada, eu tenho muito orgulho sim. 

Qualquer um pira quando se vê no meio de ração do cachorro, vacina do filho, comida do marido, almoço nos sogros, buscar filho na escola, pegar trânsito, sair do trabalho pra passar no banco em horário bancário, voltar depois disso para a reunião, muito calor, muita chuva, muita gente, muito palpite, dieta pós parto, arruma o cabelo, marca de fazer a unha, não comparece, marca de novo, faz a unha... chora o filho, chama o marido, late o cachorro, vence o boleto, grita a mulher! E por ai vai o nosso estigma de "pimentinha bicuda", no meu caso. Nessa junção de coisas um tanto cômicas e trágicas ao mesmo tempo, eu vou me tornando uma mulher, talvez eu seja uma por completo quando conseguir deixar as roupas brancas, brancas. Talvez eu nem chegue tão longe assim. Mas o gostoso mesmo é rir de cada fase, fazer acima de tudo o que se tem vontade, porque rotina e homem nenhum tiram o teu amor próprio, a tua feminilidade de dizer até onde podem chegar. A liberdade de buscar prazer nas obrigações e realização quando o dever é cumprido. O marido de barriga cheia no sofá, a louça lavada, o filho de banho tomado e tu a ler teu livro. Eu estou me divertindo!!!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Repentinamente a vida

Eu quem ligava, de repente passei a não atender. A gente se importa tanto com algumas coisas, quando de repente os valores mudam, a importância deixa de importar. O indiferente ganha cor. De repente, mãe. De repente, loira. Eu sempre pedi brinquedos no dia das crianças, de repente, tô comprando os da minha filha. A vida roda e de repente tu deixa de ser o que era, passa a ser o passado de amanhã, que alguns chamam de... de repente presente. Planos de chão para de repente voar. Planos de ar para de repente cair. Sonhos de defesa para de repente estrela. Sonhos de amor para de repente amor, sim amor. E a vida vai rodando, rodando, rodando. E quantos de repentes em tua vida lhe surpreenderam? De repente todos. Mas, de repente... foi melhor assim. De repente preto. Ideias de solidão para de repente multidão; ideias para uma nova vida quando de repente monotonia. De repente alta. De repente clara, ou não. Porque no fundo não precisa mesmo de uma exatidão. Vi minha filha nascer, de repente vi o paciente do lado morrer na  UTI. Choramos juntas nossa separação, de repente cantamos sobre um só amor, um só coração.

E em uma cidade como São Paulo, não podemos deixar de lado que hora sol, calor, suor, quando de repente chuva que inunda. A vida nos dá uma liberdade de estarmos a qualquer lugar, com quaisquer pessoas. A vontade nos permite quase tudo, o dinheiro todo o quase deste tudo, Deus além do que chamamos de tudo. O dia nos oferece 24 horas para fazermos todas as nossas tarefas. O ano nos presenteia com 365 dias e tudo que vemos são os sábados e feriados, porque domingo precede a segunda que até sexta não são considerados dias de viver. Esquecemos que de repente, morre-se, e pode não ser sábado o dia. Me peguei querendo dormir 24 horas seguidas, esquecendo-me que de repente minha filha cresce e, eu estava dormindo. Sim, ela cresce todos os dias. Algumas bolachas, quando de repente engordei. Cabulei algumas aulas da faculdade, quando de repente, 5 anos se passaram.

Tô falando tudo isso porque eu andei me preocupando demais com o que as pessoas pensariam sobre mim, bem ou mal, certo ou errado do que realmente eu tento ser. Mas de repente eu fui buscar a minha filha na escola, e seus pés não cabiam mais no saquinho de coberta que sempre a recebi no final do dia. A vida não para e espera tu te preocupar, as coisas continuarão a passar, o tempo continuará a rodar, tu continuar a ser quem és independentemente do que pensam ou falam a teu respeito, teus filhos sentirão toda essa tua energia de culpa e não voltará no tempo para guardar outra lembrança de ti. E de repente, eu percebi que não me importam mais os outros. A vida continua, ela sempre vai continuar. Pessoas nascem e morrem todos os dias, e é uma pena morrermos tão diferentes do que nascemos. De repente, perde-se e ingenuidade e nos achamos no direito de julgar alguém, como errado ou certo, bom ou ruim, querido ou temido. Isso só afasta a essência de viver de nós, porque no final das contas, de repente, morre-se. Se alguém decidiu ignorar isso, de repente tu não importa tanto assim para ele.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Eu sou capaz

Tô começando este post com o título Eu sou capaz, mas talvez eu mude no decorrer... Dizem que a boca fala do que está cheio o coração, aqui, eu escrevo do que meu coração e minha mente possuem no momento. É assim que é, não consigo ser diferente. Por isso muitas vezes sou repetitiva e vivo fases muito intensas por aqui. Natural que meu assunto hoje seja minha filha, de novo! E será eternamente, porque ser mãe é eterno, eu não saberia falar sobre ser mãe, é um assunto delicado de se falar. Mas posso, e sei bem, falar do que é para mim ser a mãe da minha Sophia. É muito fácil amar a minha filha, ela nasceu perfeita, esperta, carinhosa, linda demais, paciente comigo e, é tudo que eu poderia querer. Tudo isso que sinto por ela, toda essa minha admiração por um ser tão pequeno e cheio de ego, me faz pensar como alguém pode fazer mal à um filho, eu sinceramente não consigo entender isso, dizem que quando somos pais entendemos alguns comportamentos, mas comigo não foi assim, eu continuo sem entender certas coisas da vida, nada mudou, além da minha indignação por quem faz mal aos filhos. 

Por minha filha eu sou capaz de quase tudo, digo quase, porque não sei o que é tudo. Com todos os defeitos que ela pode ter, e que no decorrer da vida eu ainda vou descobrir e me prejudicar com eles sem dúvida alguma... eu não saberei se quer, falar mal dela. Ela é parte de mim, tudo que eu fiz de mais precioso com a bondade de Deus, ela é praticamente eu e o meu amor pelo pai dela juntos, é muita coisa! Muita coisa mesmo!!! E tudo que eu falo dela dá vontade de repetir, pra dizer o quanto é muito grande tudo que venha dela. Muito grande mesmo!!! Repito outra vez. Eu quero trabalhar demais, com tempo suficiente para ela, com a ajuda do pai dela construir sonhos reais para ela, desde ir à Disney até fazer a faculdade que ela deseja. E quando a gente quer algo, a gente faz, sem desculpas, sem razões e motivos o suficiente para não fazer. A gente simplesmente, faz. Eu sou capaz de conhecer o mundo com ela, falar do nosso país, mas mostrar que o mundo é muito maior do que nossa fronteira e, que ela é livre para viver onde achar que deve, mesmo que isso me soe abandono, ela é apenas um empréstimo que um dia seguirá seu caminho, com a estrutura que eu e o pai dela construímos. 

Nesse dia, eu irei apenas pedir que Deus termine a proteção que também nós construímos a vida toda. Minha filha tem três meses de vida, e já se tornou tudo tudo tudo, olha eu repetindo as palavras. Talvez eu seja exageradamente mãe, e não consiga entender como algumas conseguem ser apenas mãe. Ela pode não gostar de ler, ou resolver que o Grêmio é o seu time do coração, nada disso mudará que ela tem os olhos mais belos e o sorriso mais doce. Uma amiga me perguntou qual a sensação de amamentar minha filha, é uma situação de completa dependência dela comigo, mas que dá em mim uma sensação de total dependência minha para com ela, na verdade. Como se ela existisse sem mim e, eu jamais sem ela. Eu sou capaz de ter as unhas na carne pro resto da vida, pra não machucá-la. Sou capaz de esquecer a minha liberdade e procurar uma roupa que ela pegou emprestado sem pedir, apenas por me admirar como mulher. Sou capaz de mimá-la ao ponto dos parentes reclamarem, porque a vida é curta e eu quero que seja assim, ela não precisa sofrer nem 1% do que eu sofri na vida. Mesmo! 

Ela não precisa pagar contas de casa com 16 anos, essa é a idade dela estudar. Ela não precisa me dizer como agir, isso seria irresponsabilidade minha. Ela precisa apenas ser criança, adolescente, jovem, adulto e então velha! Sem pular fase nenhuma, sem violentar seu desenvolvimento natural. Sou capaz de contar meu maior segredo, pra ela saber que a vida não é perfeita, mas que a gente sobrevive, enquanto for para viver, sempre sobrevivemos. Sou capaz de frustrá-la com a ciência, para lhe explicar que Deus é além do que se vê e calcula, Deus é fé e fidelidade. Sou capaz de afastar todos que possam prejudicá-la como uma leoa feroz, meio que literalmente. Sou capaz de ter 2 m de altura e 200 kg em cima de quem pensar mal para ela. Quando minha filha nasceu, Deus me deu autoridade diante da vida espiritual dela, e eu registro que tudo que é desejado para ela, bate e volta. Eu sou capaz do tudo que eu conheço pela minha querida. Passo por cima do mundo, com toda a gentinha que possa existir nele...  Passo por cima do dinheiro, da injustiça, da desigualdade, para dizer à ela que és linda internamente acima do padrão físico imposto, correta em verdade acima desse mundo injusto e falso e, rica dos reais valores que possam cruzar seu caminho. Como uma leoa feroz, eu sou capaz do meu tudo e passarei por cima dele, todo dia.

sábado, 23 de junho de 2012

Menina


Já sonhei nossa roda-gigante
esconde-esconde em você
Já avisei todo ser da noite
que eu vou cuidar de você

Vou contar histórias
dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores,
tua primeira blusa de lã

Menina, vou te guardar comigo
Menina, vou te guardar comigo

Teu sorriso eu vou deixar na estante
para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte
teu passo eu já sei de cor

Sei nosso primeiro abraço,
sei nossa primeira dor,
Sei tua manhã mais bonita,
nossa casinha de cobertor

Menina, vou te casar comigo
Menina, vou te casar comigo
Vou te guardar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés, sou quem olha você dormindo

Ô menina, guardo você comigo
Menina, guardo você comigo

Nosso canto será o mais bonito
Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito
que a natureza mostrou

A gente é tão pequeno,
gigante no coração
Quando a noite traz sereno
a gente dorme num só colchão

Menina, vou te sonhar comigo
Menina, vou te sonhar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés, sou quem olha você dormindo

Ô menina, eu guardo você comigo
ô Menina, guardo você comigo
ô Menina, guardo você comigo

ô Menina, guardo você comigo

(O Teatro Mágico)

sábado, 2 de junho de 2012

Ninguém me avisou que eu poderia pirar. Prepare-se!

Quando uma mulher quer ser mãe, e programa isso... ela procura por seu ginecologista e organiza toda a "coisa", melhora seu plano de saúde e toda aquela rotina bonita que deveria acontecer com toda mulher. Não foi bem assim comigo, engravidei sem planejar, mas no decorrer percebi que mais importante que todo esse pré planejamento, era o preparo emocional para ser mãe. Quando se é mãe, se é mãe apenas. É difícil estar bonita para o marido, o que compromete o cargo esposa. É difícil estar bonita para si mesma e fazer qualquer coisa que tu antes costumava fazer, o que compromete o cargo eu, ou ego, como preferir. Quem trabalha, troca o serviço pela tal licença maternidade, tão esperada; mas que quando chega, tu te pergunta como sobreviveu na infância e adolescência sem trabalho. A vida se torna muito mais esquisita sem a tua rotina trabalho e cansaço. A vida muda completamente...

Eu percebi que o corpo humano é perfeito, e ao menos que tu tenha algum problema de saúde, as coisas acontecem muito perfeitamente, o ginecologista apenas te acompanha. Agora, a parte que realmente pesa e precisaria de um pré planejamento, é a tua estrutura emocional. Esta não acontece tão perfeitamente como as mudanças fisiológicas, ou tu está preparado, ou simplesmente não. Se tu não te prepara pra esse detalhe, o bicho pega! Percebi também que não é difícil ter uma depressão pós parto, por mais que tu queira teu filho, a tua vida mudou complemente em questão de minutos... a gravidez não muda a vida de ninguém, o nascimento do teu filho é onde tu percebe que absolutamente tudo mudou dali em diante. E tu tem que segurar essa barra, minha querida! Sabe até quando? Até sempre. Sabe a partir de quando? A partir deste instante, quando tu ouve aquele chorinho sofrido cheio de saúde. É agora! É dada a largada para uma nova mulher que tu nunca imaginou poder ser, é hora de ser mãe! Eu não estava preparada emocionalmente para isso e, quase pirei. No hospital mesmo e também alguns dias já em casa.

Li muito durante a gravidez sobre os sintomas que eu iria sentir, sobre o trabalho de parto, sobre cesárea ou parto natural, sobre posição para deitar, comidas e bebidas permitidas, amamentação, como trocar fraldas, tudo que uma mãe de primeira viagem tem dúvida e direito. Mas eu me esqueci de ler sobre a minha mente. Recebi conselhos de todos os tipos que pode imaginar, simpatias velhas até cansar, dicas de como fazer dormir, conselhos de como voltar ao peso normal, azia vem cabeludo, não azia vem careca, parto cesárea a recuperação é difícil, parto natural dói demais; eu ouvi de tudo, muita coisa era verdade, mas muita era mentira. Mas mesmo com tudo que ouvi, ninguém me disse que a minha cabeça iria pirar caso eu não a preparasse para deixar de ser eu, a passar a ser apenas mãe.

Pra um casal decidir ter um filho, de início, a futura mamãe tem que querer três vezes mais que o futuro papai, o filho definitivamente é da mãe... o pai vai ajudar e pode até ser um paizão, mas quem dá de mamar a madrugada toda, é tu mamãe! E como cansei de ouvir "você pode dormir a tarde toda", como se as roupas e louças se lavassem sozinhas, assim como as roupas passadas e a comida na mesa. O papai trabalha, a mamãe dá de mamar!!! Isso tudo é preparo emocional, que eu não fiz e sempre vou alertar minhas amigas que querem engravidar e qualquer mulher que ler este post. Prepare-se emocionalmente para ser mãe, mais que qualquer cálculo de ovulação! O corpo é sábio, tudo acontecerá naturalmente... Mas a tua mente, precisa ser avisada da criança que tomará conta dela por bons e abençoados anos! Por aqui acabou de começar e, eu dei um jeito de avisá-la antes de enlouquecer. Não enlouqueça, prepare-se!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tê-la

Nos últimos anos eu fui levando a vida com algumas músicas e sempre sem resposta para as minhas perguntas insatisfeitas, dramáticas, enfim, nesse mesmo estilo meu. E hoje as coisas estão tão felizes por aqui, One Love é a música que mais toca, e quando a ouço em qualquer outro lugar lembro da minha filha, que lembrança boa. Principalmente quando esta lembrança ainda faz parte do meu presente, e posso revivê-la todos os dias, posso tê-la, mesmo que por tempo determinado. Eu dificilmente acreditei que pudesse ter algo para mim, talvez por medo de perdê-la um dia, eu sempre me defendo desses riscos, prefiro não ter nada a perder um dia. Mas hoje eu tenho uma Sophia para mim. E que isso não fique só para mim porque seria sufocante, divido isso com o Bru, a minha irmã que tem sido uma baita tia, meu cunhado e mais alguns amigos família.
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É natural que toda essa aquisição gere uma crise dentro de mim, burrice pensar que só as perdas geram confusão dentro de nós. A Sophia é a minha maior crise por aquisição que eu poderia sofrer, ainda assim, quão bom tê-la. Sofrer o adorável é mesmo muito prazeroso. Ela é a minha companheira, quando acordada, fica com esses olhões abertos para onde estou, quietinha, como se me ajudasse a lavar as roupas e louças, como se conversasse comigo lá da porta enquanto eu tomo banho, como se deitasse comigo e dissesse "hoje trabalhamos duro, foi produtivo!". A gente vai vivendo a sensação de sermos uma coisa só, como psicologicamente para ela ainda somos, mas na vida real. Me pego com a mana, sonhando com momentos tão próximos e ao mesmo tempo tão precoces de se sonhar... A festa junina, o velho chapéu de palha. Ela nasceu no dia do índio, é inevitável não esperar pela apresentação especial do dia do índio, ou melhor, da Páscoa, as orelhinhas de papel com algodão.
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No dia das mães, tenho certeza que minha irmã irá querer ir junto - se isso for possível - só para assistir aquele esquerda-direita ensaiado há semanas com as músicas decoradas em conjunto. O cabelo chanel com franja, eu jurei nunca fazer isso quando tivesse uma filha, mas porque não? Eu já tenho aqueles papos e ideias de mãe e agora, sempre levo um casaco a mais caso ela precise. E se isso não for o bastante, tiro o meu sem problemas, mães não ficam gripadas. O Bru brincou comigo outro dia, que fui promovida a rainha, pois agora a princesa dele é a Sophia... Foi uma brincadeira, mas tchê, que responsabilidade brincar de ser rainha! Eu quero receber de Natal aqueles cartões de cartolina com papel dobradura vermelho, com cheiro de cola branca... as maiores produções já vistas pela mulher que é mãe. São detalhes que vão fazendo a minha vida mais alegre. Eu só consigo repetir, como é bom tê-la, filha. E o mais legal de tudo, é que acabou de começar...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sophia chegou!!!


Era 5h da madruga, dia 19 de abril... "Vidão, acorda, ou eu tô fazendo xixi sem controle, ou a bolsa rompeu..." Bóra pro hospital! Era a hora da minha princesa chegar. Algumas horas em trabalho de parto à espera da liberação burocrática do convênio médico e lá estávamos nós, eu e o Bru na sala de cirurgia, o momento que eu tanto esperei e tentei adivinhar como seria. A verdade é que não tem como prever, é absolutamente doido, lindo, inesquecível, coisa de Deus! Eu amei tanto o Bru naqueles 10 minutos de cirurgia, do meu lado, dizendo que eu era a mãe mais linda do mundo, sem imaginar como eu estava achando ele o pai mais perfeito do universo, com aquela touquinha e máscara cirúrgicas, só com os olhos de fora... olhos que em minutos eu iria ver na minha filha. Deu 9h51, o Bru ficou quieto... e ela chorou! Bem vinda meu amor!!! Há quem diga que ela é a minha cara, mas esse olhar, não me engana. Para mim... É o olhar do Bru. O olhar que me encanta ao amamentar. "Quem fez essa perfeição, Deus?" DEUS! Só Ele mesmo. Quem não acredita em Deus, só precisa ter um filho. E eu não tenho mais de onde tirar gratidão pela família que tenho hoje. Esqueci as dores de antes, ganhei novas dores de agora. Acho que isso é ser mãe. Caramba, como eu amo ser mãe! Mãe da minha Sophia. A minha tão querida! Feita para nós, preguiçosa como o Bru, braba como eu, não assusta com os latidos agudos da Doty...  Chegou nessa casa tudo o que faltava para uma completa felicidade. Obrigada meu Deus!



terça-feira, 17 de abril de 2012

Tylenol, novos 5 travesseiros e menos de 1 semana.

Ser mãe é padecer em algum lugar, que para mim, ainda não é o paraíso. Falta menos de 1 semana para a Sophia chegar, quero agradecer ao Tylenol e aos meus novos 5 travesseiros pela noite de hoje, eu não dormia bem há dias. Então, bom dia! Estou no estágio de me pegar paralisada pedindo à Deus para que não venha nova falsa contração, como se qualquer mínimo movimento meu fosse o fator desencadeante dela... E se aquela era a falsa, me encontro no incrível medo da verdadeira. Deve doer! Lembro de procurar no início da gravidez passo a passo o desenvolvimento da minha filha, cada semana o que mudava, as novidades de pele, cor, tamanho, textura, tudo. Hoje, busco desesperada métodos de como sobreviver rsrss. É coisa pra mulher!!! Daqui em diante eu passo a admirar todas as mães e a respeitá-las de forma muito diferente.
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Tô bastante assustada, no ultrassom final nesta semana, a Sophia está com 3kg, sendo que eu engordei 10kg... vou confiar que a natureza me devolva para mim depois. Fundamental tem sido o companheirismo do Bruno, que baita pai minha filha terá! Que baita pai! Eu não preciso de despertador para a hora do remédio nem de robô para buscar o suco de maracujá natural, muito menos de um fazedor de suco natural, adquiri tudo isso num pacote único chamado "marido", graças a Deus por isso. Eu sou capaz de muita coisa, por ser forte e enfim, mulher... Mas com alguém assim do meu lado, tudo fica mais sereno, eu tenho que admitir. "Coceirinha" nas costas quando nada alivia
as dores, ajuda muito, e de graça fica ainda mais tranquilizador. O Bru me olha, e eu sinto que ele divide comigo esses momentos que não têm o que falar; ele me abraça de manhã, depois daquela noite em claro, e parece que eu renovei de corpo e alma para um novo dia.
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Sonho com o momento em que a Sophia chegar até nós, caramba!!, deve ser fora deste planeta. Um transe compartilhado, sei lá! Quero escrever aqui sobre isso depois. Talvez será este o momento de dizer que ser mãe é padecer no paraíso, eu estarei lá na mesa de cirurgia acabada, mas completamente completa. No pleonasmo mesmo. Sabe, tem sido dolorido, é como diz uma amiga minha, grávida também: "Têm momentos que eu tenho vontade de dar um grito beem alto" rsrs, mas ao mesmo tempo, parece que não existiu um passado sem a Sophia, e ela ainda nem chegou neste mundo. Menos de 1 semana... e eu voltarei aqui tendo esquecido toda essa fase ruim.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Nem os meus pés aguentam mais o meu humor.

Há quem diga que o filho é mais da mãe, e nada mudará isso. Acho injusto com o pai que também fez o filho. Mas, em noites como esta, acho mais injusto ainda estar sozinha. O pai e a mãe faz o filho, mas há lutas que pertencem apenas à mãe. Vem logo filha! Judia de mim assim não. Ou eu comerei chocolate na amamentação pra que tu saibas como é ruim ter cólicas enquanto todos dormem. Que mãe cumpriria essa ameaça tola? Em noites como esta, percebo como ser mãe é foda. Tu passa por qualquer coisa, é capaz de muito além do que imagina. Falta duas semanas para o nascimento da minha filha, é quinta-feira de feriadão às 3h00 da madrugada. Eu tenho postado aqui minha alegria, gratidão, amor maior e toda essa coisa linda que é a gravidez. Mas se eu não te contar a parte ruim, estarei sendo hipócrita com meu blog, estarei sendo hipócrita contigo, ... eu estarei sendo muito hipócrita comigo. É muito difícil! Amanhã é feriado e eu estava doida para dormir com o Bru até tarde, naquela "nanada" gostosa, ventilador ligado, edredom fofo e todos aqueles costumes queridos por um casal, ainda que estes sejam bunda com bunda e cada um pro seu lado. Acontece que estou aqui. E há tudo, menos bem estar.
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Me falaram que o inchaço dos pés seria desconfortável, mas ninguém disse que isso dói pra porra, dói mexer os pés, dói pisar no chão, dói demais pra andar e é ai que hoje entendo porque grávidas parecem patas andando, sem contar o desequilíbrio que a barriga causa no caminhar, tu tens que te equilibrar com pés definitivamente não teus. O que eu não tive de enjoo no início da gravidez eu estou tendo agora. Se deitar por completo, parece que o peito fecha tua respiração e sufoca. Se sentar, a nenê encaixa os pés na minha costela e meu irmão, é horrível. Se vira de lado ela chuta até eu mudar de posição... graças a Deus tenho dois lados, e ainda me resta aquele que eu não consigo dormir, mas que se muito cansada, desmaio sem maiores discussões. É chorar por ter sono e simplesmente não conseguir dormir. Me falta ar e parece que não tem onde buscar. Tentei ficar na sacada de casa, a noite tá num clima fresco, mas os pés não seguram mais... vim para o sofá, que é nada fresco. Ô calor que só me chateia!! Dai as pessoas te falam "Calma, tu não pode passar nervoso!"... Ah camarada, eu tô pra ver uma grávida calma. Milhões de coisas acontecendo interna e externamente, psicológica e fisiologicamente; e o queridão quer que a gente fique calma? Um pedido desses soa até incoerente, sei lá. O pai da criança tá dormindo, mas não estava na noite de "fabricação". Haja equilíbrio e Passiflorine. Eu quero ver meu médico ficar calmo com esses malditos comprimidos cor de rosa.
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Começa chegar a noite vai batendo um desespero porque é essa luta sempre. Melhor que fique dia as 24 horas. Assim todos não dormem como eu e não preciso sentir inveja de nada. E graças à Melanie Klein por colocar em sua teoria a inveja como fenômeno natural da psique humana, me alivia muito a culpa por fazer todo tipo de barulho para acordar o Bruno. Ainda que sem sucesso. Essa luta é somente minha, eu já entendi. Saudades dos meus tornozelos, hoje eles são apenas um com pantorrilhas e dorsos dos pés. Outro dia encontrei minha aliança debaixo da cama, perdida há alguns dias, ela também não me aguenta mais nestes dedos gordos. Nossa casa ainda está em ajustes e faltam alguns espelhos, ainda bem por isso... Me basta aquele de se olhar escovando os dentes, só a cara. Sinceramente não consigo imaginar algo pior do que um nariz mal colocado, porque se trata do meio da tua cara, da tua primeira impressão, da tua chave para qualquer convivência. Eu tenho certeza que ninguém aguenta mais o meu nariz imenso. Não tenho mais dignidade para sair com minha amiga, sem que ela precise me esperar na fila do banheiro de 1 em 1 hora, exata 1 hora que não me permite esquecer. E pode acreditar que além de estar dormindo, ele reclama que o papel higiênico anda acabando rápido demais nessa casa. Demais é o quanto preciso me controlar para não enlouquecer nessas últimas duas semanas.
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Claro que quero que tudo seja em sua devida hora, mas como eu quero que isso passe depressa. Por favor! Passou dos limites de ansiedade materna, agora eu só quero que acabe logo, que dê tudo certo. Duvido que nenhuma mãe não tenha sentido isso nessa fase final... desejo de que acabe com essa tortura de ver o cara dormir enquanto tu empilha os travesseiros. Eu ouço piadas o tempo todo, como "aproveite para dormir agora, porque depois...." Ah, vai te fodê!!! E quem consegue dormir assim? Olha, eu vou passar por isso, como toda mulher passou até hoje, mas dou a minha palavra de que jamais darei conselhos como estes... Isso não se faz! É brincar com a angústia alheia. Por isso resolvi postar essa noite, porque falar que é mil maravilhas é legal e não nos faltam momentos de satisfação para expressar tamanha alegria, mas têm noites que detona a mulher... essas duas semanas em que nem eu mesma me aguento. Isso porque só eu quero ter nariz neste planeta. Mas que droga!

sábado, 24 de março de 2012

... e sentir que ela me entenderá.

Wonderful Tonight foi a música que me fez escrever aquele dia. E é a música que me fez voltar aqui neste assunto. Receber visitas em casa, daquelas que têm liberdade de pegar teu notebook e acessar ao YouTube, sem pedir. Sem pedir também vão selecionando as músicas que querem ouvir, comentar e fazer assunto quando a tv nada nos agrega. Essa foi a canção escolhida. A música na minha vida, e tenho certeza que na vida de muitas pessoas, toma um partido na frente da nossa própria vontade e decisão... ela me bota pra cima, pra baixo, me faz viver e me avacalha a vitalidade. E a verdade é que não importa quantas músicas mexam contigo, tu terá que conviver com elas durante pelo menos tua existência aqui. Eu mudei de vida e matei um repertório musical da minha pasta chamada coração, vou chamar assim.
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Têm momentos que a gente se tortura mesmo com algumas músicas de arrasar um coração, tenho um amigo muito especial que assume só gostar de músicas que o deixam triste, é a brisa dele! Acho daora ele assumir. Quem nunca fez isso? Eu já, mas de uns tempos pra cá ignorei algumas canções, como Wonderful Tonight. Inevitavelmente a ouvi essa semana. Alguma música já te lembrou pizza de palmito, milho e catupiry? Talvez não exatamente nessa ordem ou ingredientes, mas tenho certeza de que já. É como ouvir Luiz Marenco e não lembrar de barro. Algumas músicas lembram coisas, épocas, cheiros, dores e felicidade. Wonderful Tonight me lembra essa pizza. Me lembra estrada, sono e fundo baixo com o solo de Eric Clapton. Lembra meu pai tocando quando eu era criança e como as músicas podem significar x coisas dentro da gente e ao mesmo tempo tudo ser uma coisa só ou superligada. Dá um aperto que dói na carne (mesmo!) e que talvez me faria chorar há um tempo atrás... Eu percebo como as coisas mudaram por aqui, é como se outra Marília ouvisse a mesma música, e voltasse na mesma fase, com as mesmas coisas, pizzas e fragrâncias.
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Nada pode mesmo ser como já foi, ainda que voltemos no mesmo local, com as mesmas pessoas, vestimos as mesmas roupas... somos como o rio que passa e nunca mais será o mesmo a passar por aqui. Viver passa a valer a pena! Aquela noite maravilhosa passou, mas nunca deixará de existir em algum lugar desse mar que é minha vida, e inevitavelmente me lembrarei, ainda que eu delete minha pasta musical, serei marcada por cada mínima e máxima emoção que já foi capaz de atingir a minha pele. Eu já odiei isso e pedi ao meu terapeuta alguma técnica que me fizesse esquecer situações traumáticas do passado, mas como ele mesmo me respondeu, eu deixaria de ser quem sou. E hoje eu não suportaria não ter enfrentado as marés até aqui. São elas que me farão olhar minha filha e poder afirmar à ela que "não importa o quanto machuque filha, tudo é importante para que tu te tornes uma grande mulher, nem que tu precise comer pizza de palmito, milho e catupiry ao som de Wonderful Tonight!" e sentir que ela me entenderá.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Chá de Bebê Sophia

... na minha vida eu vivi coisas em que me perguntei o porque precisava passar por aquilo, dói evoluir. E o aprendizado de fato tem um alto preço, sempre. Mas as pessoas que Deus colocou no meu caminho, hoje me fazem entender que a vida sempre vale a pena, que amanhã é um novo dia e ainda melhor. Quero agradecer à vida pelas pessoas absolutamente incríveis que passaram este fim de semana conosco. Pessoas como minha família Doty e cia, nossos amigos irmãos, como a minha nova família Rinaldini, como o pai da minha filha que privilegiadamente é também o amor da minha vida. OBRIGADA MEU DEUS!!!


quinta-feira, 8 de março de 2012

Esperar alguém

Eu estava aqui sentada olhando minha casa, meu cantinho com o Bru, faltam algumas coisas e outras já estão nos devidos lugares. E pensei por instantes "que tranquilidade ter quase tudo pronto", mas na verdade não né rs. Pode parecer óbvio que uma mulher grávida diga que vai chegar alguém novo em casa, mas estar nessa pele e de fato perceber "caramba, alguém vai mesmo chegar", é assustador! Às vezes me pergunto se é verdade tudo isso, ou daqui há pouco vou acordar na casa da minha mãe, naquele quarto cheio de cadernos e roupas jogadas. A faculdade também acabou e meus cadernos foram guardados, eu não estou mais no meu quarto, e sim na minha casa. Que doideira! Viver é maluco demais. Daqui do sofá, vejo um trocador com banheira infantil ao lado da televisão, totalmente fora do contexto do ambiente a esperar espaço no quarto; no varal vejo vestidos pequenos e shortinhos rodados, tem um saco de lembrancinhas alí no canto esperando os cartõezinhos ficarem prontos...
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De repente minha casa ficou lilás púrpura de coisas que estão a esperar alguém. Quando eu deito, a Doty deita em cima de mim e relaxa, até suspira (ela é incrível!), como quem espera por algo, eu sinto isso... ela está a esperar alguém comigo. E aqui em casa tudo parece provisório. É o papo mais maluco que já bati, mesmo! São roupas sem alguém dentro, um berço vazio, o abajur tá apagado, uma cômoda com cotonetes sem uso, a banheira está seca, tudo a esperar... Não tem como eu não escrever sobre isso. É como se nada aqui existisse até que este alguém chegue. É verdade! Talvez porque a Sophia seja a primeira, ou isso é crise de todas as grávidas rs. CDs com músicas infantis que tocam para mim "sozinha"... pantufinhas sem pés e, como disse um colega do trabalho "Má, você já cheira a bebê!" rsrs... talvez seja toda essa espera que tenha cheiro. Esse cheiro de grande espera que me enlouquece. Já não me importa mais se as mechas serão loiras ou castanhas, eu só quero que chegue, não aguento mais esperar! Essa casa te quer, tuas coisas te querem, a Doty já te sente e está a te esperar, o Bru se tornou um grande pai, esse vazio em casa te precisa. Eu vivo a esperar minha doce querida.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Não rasguei os planos

Uma amiga querida me fez lembrar de um post antigo, onde há exatamente 2 anos atrás eu desabafei dizendo que eu havia rasgado os planos de me casar em 2 anos, o que teoricamente seria hoje. Frustrada no maior nível que essa vida pode me deixar, mesmo, sou exagerada, mas foi mesmo assim... eu lembro de curtir algumas baladas e tentar mudar de vida, já que os planos haviam mudado sem que eu pudesse controlar. Mas eu não poderia controlar mesmo era nada... têm 2 anos que eu escrevi aquilo e estou sim casada. Esperando a minha pequena. Segurei muito para não chorar quando me dei conta disto, registrar minhas vivências nesse blog me dá a oportunidade de "me assistir" lá atrás e de ver o que consegui hoje.
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É muito intenso para mim o que passei de lá para cá, o que sofri, e como fui ruim para que o mundo não me engolisse com tamanha frieza. Foi mais amargo que matear sozinha quando meus planos se foram. Por isso é tão bom hoje ver que os planos não estavam errados, eu só estava caminhando com as pessoas erradas, mas até o erro vira acerto quando o tempo certo ainda não chegou e... quando Deus quer algo, usa até o diabo para ajudar. Como disse minha amiga "Ele escreve certo por linhas tortas". Eu estou muito feliz! E queria registrar que não rasguei os planos, apenas apaguei pessoas da minha vida quando menos quis, mas quando elas mais precisavam sair, para que meus planos pudessem acontecer.
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Quando alguém sai da nossa vida é porque a partir dali ela não faz mais parte do que devemos viver, e se ela continuar, irá barrar todo o resto, foi o que aconteceu comigo durante um tempo, mas eu acordei e imediatamente tudo mudou. E hoje não importa quem entre ou saia da minha vida, eu sou a mãe da Sophia, da minha companheira, guerreira comigo todos os dias... Posso dizer que nesses 2 anos eu aprendi muita coisa, enquanto outros parados, regridem. Enfim, muito feliz porque meus planos nunca foram rasgados, Deus apenas me mostrou que o controle é d'Ele e valeu muito mais a pena quem tá realizando isso tudo comigo agora.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sim, a Doty será irmã!

Cheiro de madeira, plásticos por todos os lados, uma escada abre-fecha, tintas lilás e cereja na minha roupa, eco, caixas, um kit pratos, presentes, fraldas, minhas unhas cheirando a produto de limpeza e removedor, fita crepe, eletrodomésticos e muito isopor... Foi só o que vi nas últimas semanas. Espaço que posso chamar de meu, ninho da "passarinha", vem filha, só falta você! Estou com 7 meses de gravidez e enfim chegamos no nosso lar. Sim, eu tenho uma família! Com direito a Doty tomando solzinho matinal. Algumas visitas, receitas para aprender, um quarto vazio com uma placa indicativa "Aqui dorme uma Princesa". Tranquilidade e ansiedade oscilando... Sim, eu serei mãe! Mãe de uma bebê, não da Doty; ou melhor... a Doty será irmã! É assustador como somos e ao mesmo tempo não somos os autores da nossa própria vida, há 7 meses atrás eu esperava a minha formatura para voltar ao Rio Grande do Sul e prestar concursos de psicologia, estudar, viver tudo que sempre sonhei. Hoje, eu sonho um sonho lindo, mas que não sempre sonhei. Mini roupas cor de rosa, estampas de bolinhas, toalhas com capuz, meias que cabem no meu dedão do pé, mantinhas no meu varal... Quem vai querer prestar concurso? Eu não. E de quê valeu a minha espera ansiosa?
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A vida é o que tiver que ser, e ponto final. As pessoas me perguntam se estou preparada para ser mãe, mas o que importa? Não adianta eu dizer que ela fará piano como hobby, porque ela pode nascer para o futebol e pior, escolher o grêmio, o que poderei fazer? Eu tô pronta pro que vier, independentemente do que isso tenha aver com ser mãe. Eu estava preparada para os concursos e agora sou casada à espera de uma bebê. Depois de 13 anos de vida, a Doty achou que aposentaria a vida, eu, ela e o Fifi (seu melhor amigo), e agora terá que entender o que está acontecendo com minha barriga que ela não consegue mais deitar em cima e que quando isso tudo passar, seremos mais uma parte que estava faltando, chamada Sophia. E ai ela toma o sol matinal e me olha, como quem pergunta "e agora?". Dai eu respondo "Eu não sei Doty, mas estaremos juntas" e a gente divide um medo meio feliz. Hoje eu só sei que a terça é dia do futebol dele, e que preciso deixar comida pronta, mas que domingo ele prefere a comida da mãe e então é o meu dia de fazer nada. Até parece! Domingo é dia de aproveitar o sol pra secar a roupa e não pense que vai escapar, domingo é dia do banho da Doty. Fora isso, todo o resto é mistério para mim daqui pra frente. E eu quero registrar tudo isso aqui, um amigo disse pra eu fechar meu blog agora que serei mãe, mas eu pensei diferente... Agora é que a coisa vai ficar interessante de se registrar, tô por aqui.