sábado, 24 de março de 2012

... e sentir que ela me entenderá.

Wonderful Tonight foi a música que me fez escrever aquele dia. E é a música que me fez voltar aqui neste assunto. Receber visitas em casa, daquelas que têm liberdade de pegar teu notebook e acessar ao YouTube, sem pedir. Sem pedir também vão selecionando as músicas que querem ouvir, comentar e fazer assunto quando a tv nada nos agrega. Essa foi a canção escolhida. A música na minha vida, e tenho certeza que na vida de muitas pessoas, toma um partido na frente da nossa própria vontade e decisão... ela me bota pra cima, pra baixo, me faz viver e me avacalha a vitalidade. E a verdade é que não importa quantas músicas mexam contigo, tu terá que conviver com elas durante pelo menos tua existência aqui. Eu mudei de vida e matei um repertório musical da minha pasta chamada coração, vou chamar assim.
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Têm momentos que a gente se tortura mesmo com algumas músicas de arrasar um coração, tenho um amigo muito especial que assume só gostar de músicas que o deixam triste, é a brisa dele! Acho daora ele assumir. Quem nunca fez isso? Eu já, mas de uns tempos pra cá ignorei algumas canções, como Wonderful Tonight. Inevitavelmente a ouvi essa semana. Alguma música já te lembrou pizza de palmito, milho e catupiry? Talvez não exatamente nessa ordem ou ingredientes, mas tenho certeza de que já. É como ouvir Luiz Marenco e não lembrar de barro. Algumas músicas lembram coisas, épocas, cheiros, dores e felicidade. Wonderful Tonight me lembra essa pizza. Me lembra estrada, sono e fundo baixo com o solo de Eric Clapton. Lembra meu pai tocando quando eu era criança e como as músicas podem significar x coisas dentro da gente e ao mesmo tempo tudo ser uma coisa só ou superligada. Dá um aperto que dói na carne (mesmo!) e que talvez me faria chorar há um tempo atrás... Eu percebo como as coisas mudaram por aqui, é como se outra Marília ouvisse a mesma música, e voltasse na mesma fase, com as mesmas coisas, pizzas e fragrâncias.
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Nada pode mesmo ser como já foi, ainda que voltemos no mesmo local, com as mesmas pessoas, vestimos as mesmas roupas... somos como o rio que passa e nunca mais será o mesmo a passar por aqui. Viver passa a valer a pena! Aquela noite maravilhosa passou, mas nunca deixará de existir em algum lugar desse mar que é minha vida, e inevitavelmente me lembrarei, ainda que eu delete minha pasta musical, serei marcada por cada mínima e máxima emoção que já foi capaz de atingir a minha pele. Eu já odiei isso e pedi ao meu terapeuta alguma técnica que me fizesse esquecer situações traumáticas do passado, mas como ele mesmo me respondeu, eu deixaria de ser quem sou. E hoje eu não suportaria não ter enfrentado as marés até aqui. São elas que me farão olhar minha filha e poder afirmar à ela que "não importa o quanto machuque filha, tudo é importante para que tu te tornes uma grande mulher, nem que tu precise comer pizza de palmito, milho e catupiry ao som de Wonderful Tonight!" e sentir que ela me entenderá.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Chá de Bebê Sophia

... na minha vida eu vivi coisas em que me perguntei o porque precisava passar por aquilo, dói evoluir. E o aprendizado de fato tem um alto preço, sempre. Mas as pessoas que Deus colocou no meu caminho, hoje me fazem entender que a vida sempre vale a pena, que amanhã é um novo dia e ainda melhor. Quero agradecer à vida pelas pessoas absolutamente incríveis que passaram este fim de semana conosco. Pessoas como minha família Doty e cia, nossos amigos irmãos, como a minha nova família Rinaldini, como o pai da minha filha que privilegiadamente é também o amor da minha vida. OBRIGADA MEU DEUS!!!


quinta-feira, 8 de março de 2012

Esperar alguém

Eu estava aqui sentada olhando minha casa, meu cantinho com o Bru, faltam algumas coisas e outras já estão nos devidos lugares. E pensei por instantes "que tranquilidade ter quase tudo pronto", mas na verdade não né rs. Pode parecer óbvio que uma mulher grávida diga que vai chegar alguém novo em casa, mas estar nessa pele e de fato perceber "caramba, alguém vai mesmo chegar", é assustador! Às vezes me pergunto se é verdade tudo isso, ou daqui há pouco vou acordar na casa da minha mãe, naquele quarto cheio de cadernos e roupas jogadas. A faculdade também acabou e meus cadernos foram guardados, eu não estou mais no meu quarto, e sim na minha casa. Que doideira! Viver é maluco demais. Daqui do sofá, vejo um trocador com banheira infantil ao lado da televisão, totalmente fora do contexto do ambiente a esperar espaço no quarto; no varal vejo vestidos pequenos e shortinhos rodados, tem um saco de lembrancinhas alí no canto esperando os cartõezinhos ficarem prontos...
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De repente minha casa ficou lilás púrpura de coisas que estão a esperar alguém. Quando eu deito, a Doty deita em cima de mim e relaxa, até suspira (ela é incrível!), como quem espera por algo, eu sinto isso... ela está a esperar alguém comigo. E aqui em casa tudo parece provisório. É o papo mais maluco que já bati, mesmo! São roupas sem alguém dentro, um berço vazio, o abajur tá apagado, uma cômoda com cotonetes sem uso, a banheira está seca, tudo a esperar... Não tem como eu não escrever sobre isso. É como se nada aqui existisse até que este alguém chegue. É verdade! Talvez porque a Sophia seja a primeira, ou isso é crise de todas as grávidas rs. CDs com músicas infantis que tocam para mim "sozinha"... pantufinhas sem pés e, como disse um colega do trabalho "Má, você já cheira a bebê!" rsrs... talvez seja toda essa espera que tenha cheiro. Esse cheiro de grande espera que me enlouquece. Já não me importa mais se as mechas serão loiras ou castanhas, eu só quero que chegue, não aguento mais esperar! Essa casa te quer, tuas coisas te querem, a Doty já te sente e está a te esperar, o Bru se tornou um grande pai, esse vazio em casa te precisa. Eu vivo a esperar minha doce querida.