segunda-feira, 19 de julho de 2010

Silêncio não tem no dicionário

Calar-se, quando não há o que se dizer, ou quando o que se tem nada adiantaria e ainda quando o que se deve não se consegue ser dito. O silêncio tem sido o meu maior companheiro. O que me traz de encontro comigo ainda mais? Talvez. É o momento sentido. Não dito, apenas sentido. Quando o telefone não toca, o silêncio. O avião não passa. E é melhor assim. Não aquele silêncio para se ouvir o mar, mas sim aquele silêncio de não ligar o rádio por que ouvir a música seria surdar-se para o mundo. O silêncio mental de nem ler um livro para não ouvir a sua própria voz lá dentro da cabeça.
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O meu silêncio de abrir o blog, observar a edição em branco e apenas isso ter em mente; e postar em branco o meu silêncio. Pode ser aquele silêncio de se ter tanto para dizer que até se desiste. Segundo o sábio dicionário, silêncio é a ausência completa de ruídos, mas este ao qual eu escrevo hoje é o silêncio possível até mesmo na poluição sonora de um show, na sala de aula na faculdade, no ouvir minha cachorra latir, a todo o momento. Dicionário burro! Aprendi, na ausência completa de ruídos do meu quarto, próximo da hora de acordar quando ainda nem se dormiu, que calar-se é preciso e bem difícil. Mas mais difícil do que calar-se é ver que quem se calou foi a tua alma, e este silêncio não tem no dicionário. O mesmo que te faz ler, em silêncio, palavras tão minhas, todos os dias.

Um comentário:

Adriana Gisele de Lima disse...

Adorei!!!

Que bom seria se internamente tivesse um botãozinho de volume para deixarmos no mudo quando preciso ;)

bjs