terça-feira, 3 de agosto de 2010

Existe vida após a Psicologia?

Uma pergunta que está em comunidades do Orkut superlotadas e sem dúvida alguma, na mente de todos os estudantes de psicologia. Falta um semestre para o fim das disciplinas na faculdade, ano que vem finalizo os últimos estágios e faço o aterrorizante TCC. Uma das primeiras coisas que me falaram quando eu ingressei na faculdade, com 17 anos, era que esses 5 anos voariam, que eu teria de ler de mais e também que fazer terapia seria lei. Informações um pouco assustadoras, porém incapazes de me fazerem desistir. Todas eram verdades. O que não me falaram é que após conhecer a psicologia, eu jamais seria a mesma, então eu me pergunto: Existe vida após a Psicologia?
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Meus primeiros contatos com Freud me mostraram que meu mal estar em sociedade não é algo tão errado assim, o que me deixou ainda mais anti social. Melanie Klein me ensinou que sentir inveja é natural em todos nós e que querer aniquilar a mãe é bem justificado, assim como, um imenso desejo de reparar isso minutos depois. A filosofia foi o fator desencadeante da minha loucura, apenas um semestre para acabar com 17 anos de uma Marília pré construída, foi onde entrei na famosa crise existencial, meu seminário de Existencialismo foi o pior da sala, tenho certeza, mas foi um nove que eu tirei na minha redação filosófica sobre a morte (já postado aqui há bastante tempo). É verdade que não saímos por aí analisando tudo que vemos pela frente, mas também é verdade que se achar meio psicótico histérico, meio esquizofrênico, meio psicopata, meio autista; a cada novo diagnóstico estudado é terrivelmente angustiante.
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Por um certo tempo, Jacques Lacan me convenceu de ser vítima de muitos perversos. Com o tempo isso vai passando e vamos aprendendo que nem sempre um abraço vai atrapalhar na seriedade de um trabalho bem feito. Aprendemos que sentir a dor do outro nos faz humanos com a linda capacidade de empatia, o que prova não sermos psicopatas. Aprendemos que controlar essas emoções nos faz profissionais competentes e já esclarece uma não psicose rs. E também que a perversão está em quem menos imaginamos. Embora eu jamais seja o que fui antes de entrar para este mundo de malucos, mesmo estando em terapia Lacaniana me sentindo a maior doida do universo e sem previsão de alta, eu não teria escolhido qualquer outro curso além deste.
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Foi vendo crianças abusadas; casais desesperados com filhos "capetas"; pessoas a minha frente acreditando que eu poderia ajudá-las; sendo chamada de "mãe" em creches e tendo que barrar isso fazendo o meu papel; foi saindo da regra e jogando futebol nessa mesma creche com a mulecadinha; foi ouvindo pessoas desequilibradas em choros, risos, gritos, risadas, surtos etc; foi acreditando na história daquele esquizofrênico para poder conhecê-lo melhor, foi errando o diagnóstico sendo levada como uma completa neurótica pelo perverso paciente... Que eu percebi que é para isso que eu nasci. Seja lá qual Marília eu esteja me tornando. Estou disposta a esquecer a antiga, por que só sendo esta de hoje, após o pouco que já passei diante do que ainda quero, que eu encontrei a MINHA vida. A vida só não existe, como a minha só fez sentido, após a Psicologia. Acabou de começar...

3 comentários:

Adriana Gisele de Lima disse...

"O sacríficio é temporário o benefício é constante"...

Tenho certeza do teu potencial e o sucesso maravilhoso que vai ter na tua carreira.

bjus

Unknown disse...

Nossa me arrepiei ...serio

vamos ver se vc se lembra dessa musica..

Se todos vivessem o amor or or...como Deus o criou u amor que não guarda rancor or ...tudo espera e suporta a dor or...o amor de Deus p sempre eu quero vier...perfeito amor eterna presença de Dee ee eeeuss

de frequência divina kkkkkkk

Anônimo disse...

Nossa má....escreve um livro que te ponho na Academia dos Imortais de tanto que vou comprar e fazer propaganda....kkk...bjs..continue esscrevendo...tá 10....Sao Paulo 2x0 Inter...Zé\º/