quarta-feira, 24 de setembro de 2008

FILOSOFANDO

Não poderia deixar de escrever sobre depois de uma conversa com um velho amigo. Aquele amigo chato como eu, que te questiona em tudo, mas que nas questões acabam entrando num assunto meio doido, tri legal! Talvez não seja breve. Falávamos sobre ... Aliás, vou começar do princípio... Nada mais justo.

O tradicional papo de tempo, melhor dizendo, de não tempo. Vida corrida, essas coisas. Lembrei do texto que escrevi da disciplina, e questionei talvez a falta de disciplina e não de tempo, nós somos responsáveis pelo nosso tempo, e porque não conseguimos administrá-lo? Fui surpreendida com idéias grosseiras de que não falta nada e que temos prioridades. Talvez o enfrentasse.

Vi aquelas prioridades como obrigações. Não vi como algo que nós priorizamos. A responsabilidade talvez nos tire o prazer de "certas" prioridades pessoais. Não sei, talvez eu “brise” de mais... Tentei fechar aquele assunto e não consegui, o tema me "pegou" mesmo. Sei lá...

“Mas, muitas das obrigações, nós, nos condicionamos a elas, não é?”
Eu ainda não queria ser chata. “Melhor deixar pra lá este assunto... e cada um com sua opinião”.

Não consegui achar coerente uma vontade e condicionamento, sendo o condicionamento involuntário. Bom... A vontade deve ser pelo medo da punição.

“Gosto de debater opiniões.”

Hun, e agora? Não entendia onde estávamos querendo chegar, um assunto levava a outro sem concluir o anterior e eu estava ligeiramente confusa, respondendo e defendendo minha idéia. Idéia que mais pra frente fui perceber ser em comum.

Invertemos então o assunto. Já sabíamos o que era condicionamento, mas e o oposto disto? A quase liberdade. E esta? Seria fazer o que bem entender? Já que o assunto era responsabilidade por sua vida, atos e tempo, liberdade neste ponto de vista poderia representar "ser o que realmente somos" que dirá o que fazemos em ato? Isso. Concordamos.

A realidade impede o nosso real, a nossa liberdade. Só não entendeu uma coisa: “Eu viveria sozinho? Se não... Se vivesse com alguém... Com o tempo, viveria situações parecidas com as que vivo hoje, não??”. Claro que ele estava certo! Estar com qualquer pessoa nos tira a liberdade, fato. Como viver livre, porém sozinho? Difícil imaginar o que faríamos com a tal liberdade, sem querê-la, sem desejar a solidão.

Conflito interno? Deixa isso. A questão para mim naquela conversa foi: Mas, tu conseguiria viver "sem" ninguém... Mesmo que seja apenas para "conflitar" ou "trocar" idéias? Que graça teria se fosse tudo igual, tudo completo... Sendo só eu, existiria a mesma idéia. "Nossa liberdade é o que nos prende". Pode ser que eu precise, não necessite, apenas precise de conflitos e discussões para distrair a vida, ela não teria graça de fato sem eles, para mim. Aceitar os fatos seria simples de mais.

Sempre poeta, concluiu: “Acredito nisso. Num ciclo "eterno". De discussões, de evolução, de aprendizado... Pois nunca estaremos completos, como um quebra-cabeça. O combustível que faz a máquina do mundo girar é o "infinito". Para que possamos viver... Questionando-nos, em busca de nossa essência, evolução...”

Pode fazer o menor sentido, alguns não entenderem. Há quem diga que filosofar é inútil, mas naquele momento... Também concordamos em não ligar para isso.

Um comentário:

Otavio disse...

Filosofar, talvez não seja esse esteriótipo que estamos acostumados... mas sim o ato de rever apenas nossas idéias, reciclar nossa vista e adquirir novos "óculos".
Um amigo gosta de uma frase...

"Pessoas Inteligentes falam de Idéias,
Pessoas Comuns falam de Coisas,
Pessoas Medíocres falam de Pessoas."

Não me sinto um filósofo.Não me sinto um poeta...
Me sinto vivo e pensante!

teu sempre poeta amigo...
;D