terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Do primeiro amor à desilusão

Já dizia Mario Quintana em "Amadurecimento" sobre o quanto a mulher se torna mais seletiva a cada novo homem em sua vida. E não conheço uma mulher que não se identifique com as palavras do sábio Quintana neste texto. Eu poderia pensar que ele foi mulher por um dia ao ponto de ser tão verdadeiro em cada frase.
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Ontem refletindo, parei para pensar nos meus amores, e quantos foram eles! Pensei em quando conheci a perfeição e também em quando percebi que era equívoco acreditar nela como realidade. Hoje posso notar que meu real nem sempre está na realidade que é a vida, o mundo, o todo que me cerca.
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No pré escolar dizem que nosso melhor amigo é nosso "namoradinho", e tu entende que é. Conheci tantos namoradinhos até a 5ª série, após a 6ª vim para São Paulo e de cara notei a diferença dos amiguinhos daqui. Mas me apresentaram aquele príncipe encantado que chamamos de primeiro amor. Que delícia né?! Era como se tudo fosse lindo e de fato não havia problemas naquela fase, só curtir e procurar um defeito no disfarçado sapo. Eu me tornando a Marília Mafra.
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E daí eu fui tentando corrigir um no outro, por que um era neurótico em glamour, encontrei um roots. Por que este era muito organizado, encontrei um maluco. Por que era infiel, encontrei um chiclet's. Por que era muito ciumento, encontrei um indiferente. Por que era corintiano, encontrei um que curtisse meu time. E estraguei tudo o que poderia ser bom, ou simplesmente normal e cheio de defeitos.
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Acho que posso afirmar que toda mulher já pensou em juntar uns cinco caras num só, somar as qualidades e sumirem os defeitos. Eu sempre pensei isso até encontrar um. Incrível, inacrediável! Que guria de sorte sou eu. Mas como toda neurótica eu precisei achar um motivinho né. Achar não, criar um motivinho, que na minha consciência nem eu sei qual é. E recusei. E recuso. Ainda é cedo. Eu tentei dizer, mas nem sempre falar do tempo e do momento é uma resposta. O cavalo passa, tu montando ou não.
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Tem aquele nem tão perfeito assim, mas que me levaria a qualquer idéia maluca, topar todas e deixar que o universo te ajude a viver. Com medo, mas alí. Eu sempre quis o mais complicado, o que eu precise teimar mais, é meu isso. Eu disperdicei tanto, procurando por quê nas coisas. Enquanto que a vida pode ser um mundo de possibilidades, ouvi isto essa semana e frustrei. Comigo mesma me desiludi. É assim que vai ser, eu não mudei de idéia. Dizem que nem sempre casamos com o grande homem da nossa vida. Quem sabe?
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E do meu primeiro amor, repassei por uns intantes cada um, até hoje. A desilusão começa onde percebemos que não é como realmente sempre acreditamos e que algo também pode estar fora do nosso controle. Como a percepção que eu tinha do que eu quero ou sinto. Eu já não sei mais e isso desilude qualquer hipótese que eu tinha de tomar uma decisão ou escolher um caminho. Bem-vinda Marília! Como é complicado.... Ou eu complico tanto... Complicado é o metrô paulistano. Minha insatisfação disfarçada. À desilusão.

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