"Procura-se alguém"

Segurei este post alguns dias em meu arquivo do blog, mas vou publicar sim... No desespero de alguns instantes aqui em casa, eu procurei em qualquer lugar por aqui este homem. Se alguém ver por aí me ligue, pois eu ainda estarei na procura. Mesmo que sem dizer. Quem me conhece vê o anúncio na minha cara. O cara neurótico, de barba pra fazer, que tem insônia. Com o cheiro que mistura os achegados Azzaro e Sr N, e em alguns dias um cheiro desconhecido, distante. O que sabe preparar meu chimarrão e que canta Luiz Marenco, mas que ainda assim, defende as tradições do sudeste do país.
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Aquele que intrometidamente pisou no chão de Arroio dos Ratos e que deixou sua marca naquela terra e em minha pele. Pra que nada possa mudar, mesmo que possa enganar. O perverso egoísta, que consegue exatamente o que quer perguntando "o que quer que eu faça? Eu faço." Que sabe a deixa para uma resposta previsível. Que toca violão e sempre sabe com qual time o colorado jogará no domingo. O cara que gritou comigo "dale dale Inter" no meio daquela multidão e levantou a bandeira colorada pechando a brisa congelando na Beira do Guaíba.
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Que olhou na minha cara e me chamou de imatura sufocante. E que me fez perceber que isso é verdade e ao mesmo tempo o maior desaforo do mundo, assim como o exagero das minhas palavras, sempre. O cara que também tá perdido. Alguém viu uma alma vagando por aí? Ou duas. Ou uma. Ele parece o gelo polar e lembra sutilmente o mel da abelha, mas só se visto de perto. É agradável como o sol, mas irrita a pele em quantidade. Faz bem. Faz mal.

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Alguém viu ele por aí?
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É médico, especialista em Conhecimentos Gerais, entende de Música e dessas coisas que envolvem Psicologia e experiência de vida, técnico em WorkShop de beleza e Marketing Pessoal, mas vive de havaianas. Sempre que vejo um cachorro na rua tenho a impressão de que ele se aproxima e dá mimo aos bichanos, mas na verdade não e, eu faço isso no lugar. Ele cria palavras para se expressar, pode ser que tu não entenda de primeira. Faz caretas e não é bonito como a mídia empõe. Ahh... Como ele é bonito! Ele não liga se o tom tá certo, assim como eu, ele canta assim mesmo. É substituível, porém favorito. Imperfeição que me puxa. Ele não supera, respeita os limites da física e aceita, chega ser cansativo.

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Para ele a vida é simples assim mesmo, para quê mais? Vamos de bike, aproveitamos para ouvir música e decorar novas canções. O cara que lembra o descabelado do meu véio rock'n roll, meio clássico. Este é um dos meus posts mais específicos, talvez com mais sentido e aberto do que eu costumo escrever. Mas também foi este cara que me pediu para parar com subjetividade. Facilita! É verdade. No mundo real ele está bem na minha frente, acessível. Mas para mim e neste post eu digo "procura-se". Por quê? Deve te perguntar. O que devo estar querendo elaborar com isso?

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Eu simplesmente decidi não querer encontrar. Foi observando cada um desses detalhes e os outros mais que não couberam aqui, que eu resolvi esquecer. Talvez eu faça parte deste todo tão teu e não consigo me encontrar sozinha. Nem encontrar alguém.

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Alguém me viu por aí?

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