segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Quase ninguém ama

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade" 
(1 Coríntios 13:4-7)

O maior barato de falar do amor é que ele existe em todas as categorias possíveis, mas jamais em medidas. Podemos amar absolutamente tudo, mas nunca ter conhecimento do quanto o amamos, porque amar não tem peso físico, embora toque nossa carne de felicidade e dor, o amor dispensa a ciência. Ama-se a banda favorita, o cachorro, ama-se a pátria, o time, ama-se a família, ama-se a si próprio. É tanta categoria, quero dizer, pode ser gente, coisa, lugar, sentimento, ego, tudo... O amor realmente está em tudo, até naquele ódio de não conseguir odiar nem por um instante. Sem a possibilidade do físico, pesa-se em profundidade, sem dúvida que sim. Porque dói. Sua moda de rima sempre é a dor, nas músicas, poemas e principalmente na vida.

Isso acontece possivelmente porque estamos confundindo o sentido do amor, colocamos ele numa posição e acreditamos que a profundidade do outro pode ser medida. Tu me ama, mas tu me ama assim igual eu te amo? Podemos falar eu te amo, mas não poderemos afirmar que a pessoa compreendeu a profundidade disto para ti, nem mesmo a pessoa quem diz sabe, nunca saberemos. E o ser humano tem um antigo costume obsessivo de sofrer pelo que não pode controlar. Isso dá razão para as rimas. Neste caso, a expectativa é a palavra par do amor, andam muito perto e isso é um grande risco. Ama aí da forma que lhe ocorre, mas deixa o outro amar a sua maneira. Para mim, o grande par do amor, no mundo atual, é a palavra doença. Assim como o amor é confundido quando passado de pessoa para pessoa em palavras subjetivas, também acontece com o limite do amor.

Como sempre digo, até o limite tem limite nessa vida. E tudo que acaba, dá abertura para algo começar; quando acaba o limite, começa a doença. O amor tem ocupado o lugar da vida, enquanto que o amor é só mais um fator que move a vida, é diferente de ser a própria vida. Enquanto o amor for colocado no lugar do chão que piso e ar que respiro, haverá dor. Acredito que aquela passagem da Bíblia sobre o amor está sendo mal interpretada, é linda e nos ensina o real amor, mas devemos sempre lembrar do mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo. (vou repetir, como a ti mesmo, mais ninguém).

Na dificuldade de nos amarmos primeiro, tornamos impossível o amor ao próximo, julgamos o amor do outro como se não fosse real só por não ser igual ao nosso. Mas escolhemos um único elemento para amar loucamente, egoistamente e confundimos todo o amor ensinado ao mundo. Vejo gente matando e morrendo por amar demais e me pergunto se na verdade, não matam e morrem por adoecer demais? Lembro de um amor que tudo sofre, crê, espera e suporta. Quem morre não pode esperar por nada, crer muito menos. E não tô falando de morrer real, nem do matar homicídio. Quem ai tá morto há anos e não se deu conta? E quem aí reconhece que matou a esperança de alguém por brincar de seduzir?

Mas amar não é brinquedo, nunca foi e nunca será. Isso foi aumentando numa proporção absurda e, tenho observado, que por fim, quase ninguém ama. Uns são doentes e outros apenas se defendem do medo de amar. Não existem formas erradas de amar, existem formas erradas de entender o que é o amor. Essa palavra pequena desencadeia infinitas respostas no coração de quem a ouve; na dúvida, cale-se para si mesmo e a única coisa que o outro saberá com isso... é a tua verdade.

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