sábado, 23 de agosto de 2014

Flashes de uma vida

Quando vemos alguma foto antiga nossa, vêm os comentários né!? Porque naquela época eu era morena, eu morava em tal lugar, estudava com fulano, e blábláblá.. A clássica "Nossa, com eu era magra!", quem nunca? É bom rever fotos, porque nos recordam bons momentos, e se os momentos não eram tão bons assim, pelo menos podemos analisar que tudo nessa vida passa e hoje há novos obstáculos que no futuro serão só fotos pra recordar. É bom ver o que evoluímos, realmente isso é muito bom.

No passar dos anos vamos mudando o corte de cabelo, alguns lugares que frequentamos, entre outros costumes. E os costumes antigos vão sendo guardados em um espaço que não é esquecimento, porque ainda podemos recordá-los, mas existe um lugar não físico que guardamos aquilo que com o tempo deixam de receber a nossa atenção no momento, deixam de ser "a gente" dali em diante. Vamos mudando algumas gírias, e até pessoas da vida. Nossa personalidade é a mesma, e são tantos estímulos externos que vamos modificando de alguma maneira a nossa própria identidade. Posso até lhe contar o segredo de que muitas vezes, só para agradar ao outro passageiro, que também passou, passado. 

Foram tantos tropeços que hoje a gente não cai mais tão facilmente, mas também não se apaixona mais aquelas borboletas de antes. Às vezes, nunca mais. Foram tantos amargos que hoje não é qualquer probleminha cotidiano que nos faz chorar, mas também esquecemos aquela sensibilidade de observar porque as formigas andam tão perfeitamente em fila, por que nenhuma desvia e foge aventureira? Nascem novas questões, como por exemplo, que que eu vou fazer agora com essa saudade?

Sim, viver é evoluir, mas observei que a evolução também é deprimente, maliciosa, cansativa. Dai me perguntei como faço pra voltar pra mim? Me quero de volta, vida. Mas a vida tá passando, já guardei minhas essências na pasta do quase esquecimento e descobri que aquela saudade era de mim mesma. Como pude me esquecer de mim? Não existe evolução que se regresse e não podemos saber disso até que se queira regressar. Quando se sabe, quando se quer, já virou fotografia.

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