segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ela. Ele.

Ela não dorme, tem fama de maluca. Ele sonha com ela, tem uma grande história e planos. Ela fecha os olhos para quem sabe não ver a realidade, ele respira perto de seu rosto e apenas a observa, ela sente isso. Ela também sente que não está sendo correta, mas quem nunca errou tentando apenas algo certo? Ele vive um amor simples de se sentir, enquanto ela complica todo o resto. Ela foi contaminada pela indiferença, um dos piores vírus. Ele não se importa por que sabe que é sua cura. Ele os vê, ela a vê e talvez aquele. Ele dorme. Ela toca, canta, estuda, implora por sono. Ele fica na dele, não é de hoje que a conhece. Ele se defende, como deveria de ser; ela também se defende, como não deveria de ser.
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Ele tem seus motivos, ela suas razões. Ambos para sim, para não, para "não temos nada a perder"; ou "deixe como está". Honestamente ela parou, regrediu e não vai falar a verdade inaceitável, não aguentaria mais julgos, basta ser a maluca indiferente. Ele não entende e fica ali, meio menino, meio homem ciente. Ele não vai embora, não percebeu talvez que é apenas o que falta para que ela note seu vazio, já que não o nota. Olhos verdes dela, medrosos, descrentes. Olhos verdes dele, tão lindos e certos. O par mais impar que minha vida já assistiu. É, ela está bastante perdida, e chora no colo dele, que sempre está ali.
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Ela acorda cheia de pesadelos terríveis, ele está ali. Ele nunca sabe quando ela realmente está em cena, dias a tem, dias não; quando ela está, ele está ali. Ele cuida, ama em cada toque e olha a fundo; ela retribui o mesmo olhar e apenas se pergunta o por quê dele ainda estar ali. E então ela o toca, sente uma alma, um coração que sabe bater. Condenada, se afasta. Ele mais uma vez respeita, sabe exatamente onde ela andará e ainda que não volte "valeu à pena". Ela simplesmente vai esquecer e não se importar, é indiferente, não faz questão da cura, nem dorme mais. Ela foi contaminada e parece que aceitou. Ela se foi, ele ficou.