quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Aprendi sobre felicidade

Aprendi que viver é isso mesmo, a gente passa a vida procurando pela felicidade, até que descobre que ela sempre esteve no observar a trilha das formigas. Descobre que não adianta o quanto tu procure a plenitude, plenitude é morrer, porque se tivéssemos e soubéssemos de tudo nem estaríamos aqui.

Aprendi que se descartamos da nossa vida quem nos decepcionou acabamos sozinhos, porque a decepção nada tem a ver com o outro e sim com o falso ideal que eu crio sobre ele e que com o tempo, cai por terra. E que eu posso reconstruir esse ideal com a realidade compreendendo que nem eu sou aquilo que gostaria de ser.

Aprendi que vai doer mesmo, amargamente uma noite para reconstruir uma vida inteira, vai ficar preso na garganta por um tempo, mas que essa mesma noite será o teu maior aprendizado para todos os outros dias que virão. Com o tempo, não é qualquer empurrão que te derruba.

Aprendi que colegas vêm e vão, professores, namorados, lugares também. Muitos passarão por ti, alguns vão querer ficar e tu irá dispensar; outros vão querer partir e tu os terá eternamente no coração de quem quis que fosse diferente. Mas somente aqueles irmãos de alma, uns de sangue e outros nem isto, somente estes estarão contigo em todos os momentos precisos e cotidianos.

Porque a grande maioria vive à espera do evento, à espera do aniversário, do fim de ano, do casamento, da sexta-feira... Mas a vida é aquela segunda-feira de trânsito que tu tem a oportunidade de ouvir tua música favorita na rádio, é aquela terça-feira que tu encontra sem querer um brother da infância, é aquele dia pós feriadão sem grana que tu chega em casa e deita na cama que só tu tem no mundo inteiro e dorme 14 horas.

Aprendi que independente das lutas, um dia a vida vai te apresentar uma criança com um olhar familiar, que vai mirar no fundo da tua alma e reconstruir aquela fé na humanidade esquecida, tu vai relembrar a maior sabedoria de viver, aquela que nada sabe e tudo tem nas mãos. Porque no fundo, como diz a canção... Tudo nos foi dado, só nos falta fé. Aquela fé de que se eu cair, meu pai vai estar segurando a bike aqui atrás... Porque quando tudo vai cair, Ele vai te segurar.

A fé que com o tempo a gente vai deixando de lado, julgando a vida pelas pessoas que são falhas e não pela essência de viver, pelo simples fato de estarmos respirando uma oportunidade única. Eu aprendi que a felicidade nada tem a ver com alguém, e sim com a minha paz interior. Quando a gente aprende que a responsabilidade é nossa, que depois de toda noite naturalmente amanhece, que o relógio recomeça todos os dias para que nos lembremos das misericórdias do Pai, a gente monta na bike sem medo e é feliz.

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