Quando as inspirações são muitas, fica difícil saber qual a
latente no momento. Vou ser repetitiva em tocar novamente no assunto de que eu
nunca sei em quem devo confiar, sempre acabo confiando nas pessoas erradas e
apostando minhas expectativas em quem não as atinge nunca. Sim, eu sei, o erro
está na minha expectativa insistente e não no outro em não suprí-las. A grande
verdade é que todo esse negócio de relacionar é um saco! Eu vou viver a minha
vida inteira e ainda assim, nunca serei capaz de compreender o que Freud quis
dizer com "o mal estar na civilização".
Tem dia que é foda e só um palavrão expressa algo que seja,
de fato, foda! Pior que o assunto da confiança, expectativa e decepção; é o
assunto: ser você mesmo. Eu já estou cheia de me dizerem o que devo ou não
fazer, o que é certo e a ordem desgraçada da vida. Sabe... eu queria levantar
pela manhã, abrir os olhos, respirar fundo e pensar: hoje eu farei apenas o que
me der vontade! Mas então, me lembro que para isso acontecer, devo permanecer
dormindo e sonhar que tudo sairá como desejei. Não tô dizendo que a vida é uma
droga, apenas que tem dia que é foda.
Uma inspiração que tem mexido bastante comigo é o quase
clichê: Uma coisa de cada vez. Acho que não sou a única, e espero que não seja,
a olhar minha vida num total, desde o início até aquilo que eu atrasadamente
ainda não fiz, e tudo aquilo que futuramente devo conquistar e nem sei por onde
começar. Sempre falo do relógio regressivo da vida, nunca saberemos quanto
tempo nos resta, mas poxa vida... seria tão mais leve se pudéssemos viver
acreditando que nos falta o suficiente para tudo aquilo que queremos? Haverá
tempo! Sem conformismo, haverá tempo, respira!
É tanta coisa, mas até o infinito dos números tem uma ordem,
1, 2, 3, 4 e vamos lá. Pensando assim, talvez tudo seja uma coisa só.... Sabe!
Não existe uma única pessoa nessa vida que não irá nos decepcionar enquanto
continuarmos a esperar algo que não compete a natureza dela, entramos
naturalmente no assunto "seja você mesmo", da mesma maneira, permita que o outro
seja ele também. Então de nada vai adiantar transformar nossos minutos tão
raros - da tal contagem regressiva - em minutos cruéis, de que vale tornar
nossos dias de paz em foda? Esquecendo-nos que foda é bom, e dias assim são na
verdade, dias de merda!
No lugar de generalizar tudo em uma grande merda, numerar
aquilo que vai nos aliviar: 1 não crie expectativas; o 2 já será consequência
do 1 na lógica matemática e da vida também, porque a decepção não virá, então
não se decepcionar; o 3 será um dia de paz porque também é consequência do 2...
E assim por diante! Em dias de merda, onde tudo parece sair dos planos, quando
percebemos que pior que ter que esquecer alguém que a gente gostava tanto, é
ter que esquecer aquele alguém que nós mesmos inventamos e que na verdade, não existe;
numerar à ti mesmo no número 1 e esperar que o restante seja consequência de
alguém que soube enxergar em si próprio, o motivo número 1 de qualquer mudança
positiva para si e para quem te rodeia.
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