segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A certeza de que estou certa

Às vezes é preciso começar sem título, ou mesmo nem titular. O inominável não se titula. Não dá para saber se é cedo de mais ou se passou da hora. Para mim nunca é a hora, porque eu não tenho tempo, porque não estou pronta, porque acho complicado; porque na verdade eu complico! Eu ouço "o que quer barrar?", naquele tom tão familiar das segundas pela manhã, naquela sala sem muitos decorativos onde eu me encontro comigo. As questões que meu analista faz já foram muitas vezes título em meu blog, no entanto, creio que hoje meu título seria a resposta da questão desta segunda-feira. E neste parágrafo eu ainda não encontrei o título certo.
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Existe uma teoria em psicanálise, de M.Klein, que fala sobre as introjeções ruins em excesso, que levam o indivíduo a projetar coisas ruins para o mundo externo, de maneira agressiva. É claro que é muito complexo e só dou um exemplo superficial, mas eu me justifico muito por esta linha, parece que Klein escreveu isso um dia, só para que hoje eu pudesse ter isto como explicação. Eu já tomei muito tapa na cara, muito soco no coração e, hoje tá difícil não ser às vezes grosseira. Eu escrevo aqui, mas na minha vida nunca me expresso com amor. E como é difícil para mim, pensar em amar alguém, de novo. Esses dias um amigo que admiro muito disse "Amar? Quem sabe o que é isso? Amar é passar 30 anos do lado de alguém." Eu sou nova de mais para saber o que é amar, talvez eu nem tenha amado antes. E isso me conforta!
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Mas e, quando alguém ama a gente? Eu percebi que não sei fazer isso, não permito que alguém me ame. Eu não acredito no amor do outro e então barro. "O que quer barrar?" A certeza de que estou certa, pior do que não acreditar que o amor existe, é ter certeza disso, e eu não posso mais me decepcionar. Algumas pessoas sofrem por amar, alguma Marília no passado já fez isso; hoje eu em crise por aquisição de um possível amor, aquele para passar 30 anos juntos. E o que eu sei sobre 30 anos? A vida é muito mais que isso. Às vezes é preciso apenas viver, sem título, só por viver! Não vai dar para saber tudo, no desenvolver a gente se encontra, se titula, aprende que o amor não tem idade. Porque o melhor que pode acontecer não terá nome. Inominável mesmo é amar e, é muito bom sentir a certeza de que isso é certo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quase nada...

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Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada

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