Quando vemos alguma foto antiga nossa, vêm os comentários né!? Porque naquela época eu era morena, eu morava em tal lugar, estudava com fulano, e blábláblá.. A clássica "Nossa, com eu era magra!", quem nunca? É bom rever fotos, porque nos recordam bons momentos, e se os momentos não eram tão bons assim, pelo menos podemos analisar que tudo nessa vida passa e hoje há novos obstáculos que no futuro serão só fotos pra recordar. É bom ver o que evoluímos, realmente isso é muito bom.
No passar dos anos vamos mudando o corte de cabelo, alguns lugares que frequentamos, entre outros costumes. E os costumes antigos vão sendo guardados em um espaço que não é esquecimento, porque ainda podemos recordá-los, mas existe um lugar não físico que guardamos aquilo que com o tempo deixam de receber a nossa atenção no momento, deixam de ser "a gente" dali em diante. Vamos mudando algumas gírias, e até pessoas da vida. Nossa personalidade é a mesma, e são tantos estímulos externos que vamos modificando de alguma maneira a nossa própria identidade. Posso até lhe contar o segredo de que muitas vezes, só para agradar ao outro passageiro, que também passou, passado.
Foram tantos tropeços que hoje a gente não cai mais tão facilmente, mas também não se apaixona mais aquelas borboletas de antes. Às vezes, nunca mais. Foram tantos amargos que hoje não é qualquer probleminha cotidiano que nos faz chorar, mas também esquecemos aquela sensibilidade de observar porque as formigas andam tão perfeitamente em fila, por que nenhuma desvia e foge aventureira? Nascem novas questões, como por exemplo, que que eu vou fazer agora com essa saudade?
Sim, viver é evoluir, mas observei que a evolução também é deprimente, maliciosa, cansativa. Dai me perguntei como faço pra voltar pra mim? Me quero de volta, vida. Mas a vida tá passando, já guardei minhas essências na pasta do quase esquecimento e descobri que aquela saudade era de mim mesma. Como pude me esquecer de mim? Não existe evolução que se regresse e não podemos saber disso até que se queira regressar. Quando se sabe, quando se quer, já virou fotografia.
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