quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Quais são as suas palavras?


Porque só meu nome não diz quem sou eu. Amo as palavras porque elas nos permitem a comunicação, informação, expressão, emoção, etc. Eu sou completamente apaixonada pelas palavras em um texto, e seria mesmo se não soubesse ler o que está escrito. Não entendo isso, eu simplesmente amo palavras. 

Acho bonita qualquer caligrafia, porque carregam consigo todas as palavras daquela pessoa, como, personalidade. Quem nunca ouviu de um amigo: Obrigada pelas palavras! Já existe até a nomenclatura palavra-de-amigo. Então palavras também são presentes que doamos à alguém que as espera; ou não espere tanto assim, mas precise delas.

Se palavras são a união de letras que geram significados, então não existe letra feia, existem letras carregadas de uma história diferente da nossa. Rotulamos mais uma vez de feio aquilo que não é familiar, só pela vaidade de não reconhecer que o diferente pode ser até mais interessante do que nós mesmos. Essa dinâmica só é possível através das palavras. Mas hoje eu só quero te apresentar à você.

Lhe trago hoje a questão: Quais são as tuas palavras? Aqui vale tudo, sem críticas e/ou desaprovações, porque ninguém pode saber ou avaliar melhor as tuas palavras do que tu mesmo. Se tu tivesse que se resumir em cinco palavras, isso seria possível? Tenho certeza que sim. Não precisa de ordem cronológica, nem regras... verbo, coisa, sentimento, sexta-feira, qualquer coisa. Defina-se, e descubra que tu és absolutamente incrível. 

Música - Árvore - Psicologia - Espiritualidade - e Palavras.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Quase ninguém ama

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade" 
(1 Coríntios 13:4-7)

O maior barato de falar do amor é que ele existe em todas as categorias possíveis, mas jamais em medidas. Podemos amar absolutamente tudo, mas nunca ter conhecimento do quanto o amamos, porque amar não tem peso físico, embora toque nossa carne de felicidade e dor, o amor dispensa a ciência. Ama-se a banda favorita, o cachorro, ama-se a pátria, o time, ama-se a família, ama-se a si próprio. É tanta categoria, quero dizer, pode ser gente, coisa, lugar, sentimento, ego, tudo... O amor realmente está em tudo, até naquele ódio de não conseguir odiar nem por um instante. Sem a possibilidade do físico, pesa-se em profundidade, sem dúvida que sim. Porque dói. Sua moda de rima sempre é a dor, nas músicas, poemas e principalmente na vida.

Isso acontece possivelmente porque estamos confundindo o sentido do amor, colocamos ele numa posição e acreditamos que a profundidade do outro pode ser medida. Tu me ama, mas tu me ama assim igual eu te amo? Podemos falar eu te amo, mas não poderemos afirmar que a pessoa compreendeu a profundidade disto para ti, nem mesmo a pessoa quem diz sabe, nunca saberemos. E o ser humano tem um antigo costume obsessivo de sofrer pelo que não pode controlar. Isso dá razão para as rimas. Neste caso, a expectativa é a palavra par do amor, andam muito perto e isso é um grande risco. Ama aí da forma que lhe ocorre, mas deixa o outro amar a sua maneira. Para mim, o grande par do amor, no mundo atual, é a palavra doença. Assim como o amor é confundido quando passado de pessoa para pessoa em palavras subjetivas, também acontece com o limite do amor.

Como sempre digo, até o limite tem limite nessa vida. E tudo que acaba, dá abertura para algo começar; quando acaba o limite, começa a doença. O amor tem ocupado o lugar da vida, enquanto que o amor é só mais um fator que move a vida, é diferente de ser a própria vida. Enquanto o amor for colocado no lugar do chão que piso e ar que respiro, haverá dor. Acredito que aquela passagem da Bíblia sobre o amor está sendo mal interpretada, é linda e nos ensina o real amor, mas devemos sempre lembrar do mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo. (vou repetir, como a ti mesmo, mais ninguém).

Na dificuldade de nos amarmos primeiro, tornamos impossível o amor ao próximo, julgamos o amor do outro como se não fosse real só por não ser igual ao nosso. Mas escolhemos um único elemento para amar loucamente, egoistamente e confundimos todo o amor ensinado ao mundo. Vejo gente matando e morrendo por amar demais e me pergunto se na verdade, não matam e morrem por adoecer demais? Lembro de um amor que tudo sofre, crê, espera e suporta. Quem morre não pode esperar por nada, crer muito menos. E não tô falando de morrer real, nem do matar homicídio. Quem ai tá morto há anos e não se deu conta? E quem aí reconhece que matou a esperança de alguém por brincar de seduzir?

Mas amar não é brinquedo, nunca foi e nunca será. Isso foi aumentando numa proporção absurda e, tenho observado, que por fim, quase ninguém ama. Uns são doentes e outros apenas se defendem do medo de amar. Não existem formas erradas de amar, existem formas erradas de entender o que é o amor. Essa palavra pequena desencadeia infinitas respostas no coração de quem a ouve; na dúvida, cale-se para si mesmo e a única coisa que o outro saberá com isso... é a tua verdade.

sábado, 23 de agosto de 2014

Flashes de uma vida

Quando vemos alguma foto antiga nossa, vêm os comentários né!? Porque naquela época eu era morena, eu morava em tal lugar, estudava com fulano, e blábláblá.. A clássica "Nossa, com eu era magra!", quem nunca? É bom rever fotos, porque nos recordam bons momentos, e se os momentos não eram tão bons assim, pelo menos podemos analisar que tudo nessa vida passa e hoje há novos obstáculos que no futuro serão só fotos pra recordar. É bom ver o que evoluímos, realmente isso é muito bom.

No passar dos anos vamos mudando o corte de cabelo, alguns lugares que frequentamos, entre outros costumes. E os costumes antigos vão sendo guardados em um espaço que não é esquecimento, porque ainda podemos recordá-los, mas existe um lugar não físico que guardamos aquilo que com o tempo deixam de receber a nossa atenção no momento, deixam de ser "a gente" dali em diante. Vamos mudando algumas gírias, e até pessoas da vida. Nossa personalidade é a mesma, e são tantos estímulos externos que vamos modificando de alguma maneira a nossa própria identidade. Posso até lhe contar o segredo de que muitas vezes, só para agradar ao outro passageiro, que também passou, passado. 

Foram tantos tropeços que hoje a gente não cai mais tão facilmente, mas também não se apaixona mais aquelas borboletas de antes. Às vezes, nunca mais. Foram tantos amargos que hoje não é qualquer probleminha cotidiano que nos faz chorar, mas também esquecemos aquela sensibilidade de observar porque as formigas andam tão perfeitamente em fila, por que nenhuma desvia e foge aventureira? Nascem novas questões, como por exemplo, que que eu vou fazer agora com essa saudade?

Sim, viver é evoluir, mas observei que a evolução também é deprimente, maliciosa, cansativa. Dai me perguntei como faço pra voltar pra mim? Me quero de volta, vida. Mas a vida tá passando, já guardei minhas essências na pasta do quase esquecimento e descobri que aquela saudade era de mim mesma. Como pude me esquecer de mim? Não existe evolução que se regresse e não podemos saber disso até que se queira regressar. Quando se sabe, quando se quer, já virou fotografia.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Puts, é a mulher da minha vida

Mulheres, já pensaram em quem é a mulher de suas vidas? 
Homens, já pensaram em quem é o homem de suas vidas?
Não valem nossos pais e avós.

Sim, nós temos. E se tu ainda não tem, vale a pena refletir sobre eles. Os tabus de antes e agora nos limitam para tantas coisas extraordinárias. Mas para quem tem autoconhecimento, idai?, tabu é pra quem ainda tem muita sessão de terapia pra viver. Uma vez conversando com um amigo, ele disse assim "A mulher da minha vida será morena, pele clara e olhos verdes", após 7 anos, tive o privilégio de reencontrá-lo no WhatsApp da vida e, de fato, ele encontrou a tal mulher da vida dele, do jeitinho que ele imaginava. Como ele adivinhou? Mas, quem será o homem da vida dele? Este, ele possivelmente não imaginou como seria.

Não tô falando do cara que ele se espelhou para ser o homem que é. Quero dizer, o homem da vida dele é o cara que ele bateu o olho e disse "É ele." e, isso não tem absolutamente nada a ver com homossexualidade. Também não pode ser somente alguém que admiramos, se fosse assim eu teria várias mulheres da minha vida. Eu tô inventando isso tudo, é só mais uma teoria minha, por isso está aqui neste blog e não precisa de comprovação nenhuma. No entanto, tenho convicção de sua autenticidade.

O homem e mulher da tua vida é provavelmente aquela pessoa que não vai passar o resto dos dias contigo, não combina nos gostos musicais, prefere o frio enquanto tu prefere o polo verão, por isso te completa tanto. É aquela pessoa que sempre deixa uma pergunta sem responder, e ao mesmo tempo, fala como se soubesse quem é você, enquanto que nem tu mesmo tenha ideia de quem sejas. É aquela presença bem-vinda, sem malícia. Aquele papo que fica, aquele bar que vai repetir, aquela conexão que só se explica perguntando: Te conheço de algum lugar?

Ou, aquele pensamento jamais confessado: Como não apareceu antes? Ou, aos mais misticos: Encontrei minha alma gêmea. Estudos comprovam que alma gêmea não existe, mas há quem acredite e acho que dentro da minha teoria, ta aí uma boa nomenclatura, porque não exige gêneros distintos, pode ser qualquer um. Encontrar o homem ou mulher da tua vida é um tiro certeiro, mas também não é amor a primeira vista, porque não estou falando de amor. Tô falando de uma união de energias que não podemos controlar, não escolhemos porque é bonito ou diferente, nascemos prontos à espera do encontro real. Quem é essa pessoa na tua vida?

Sim, é essa primeira que lhe veio a cabeça, confie na tua psiquê, não tenha medo de assumir a ti mesmo, lembre-se que o autoconhecimento nos fixa no que somos e não em tabus. Se não tens ideia de quem seja, é porque ela ainda não chegou, a vida vai lhes apresentar em breve. Porque quando ela passar por ti... não haverá duvidas. Vale a pena ter alguém para marcar nossas vidas sem compromisso ou explicação.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

mmafra no Facebook

Amores, estamos no Facebook agora!!!

Sempre tive vontade de ousar por lá, espero que seja legal!!!
Obrigada à todas as mensagens lindas e sugestões.

Blog mmafra no Facebook.



Beijos, MM.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Eu e a dependência química

Há 6 meses fui cobrada a ajudar ao próximo. O que eu venho fazendo com a minha saúde e tempo de vida? É fácil pensar em uma vida boa, com sonhos realizados, é sem dúvida agradável viver bem. Notei que as pessoas mais incríveis que eu já conheci buscavam sempre melhorar na vida. Mas eu tive ensinamentos em um determinado momento e lugar, de que, não basta sermos melhores, não basta evoluirmos em todas as áreas de nossa vida, se, não houver caridade. A principal mensagem que Jesus nos deixou, quer tu seja religioso ou não, que seja histórico apenas, Jesus disse para amarmos ao próximo como a nós mesmos. E eu resolvi amar quem precisa, não quem eu quero amar. Que mérito tem quem ama ao que nos ama? E que mérito tem quem ama ao que nada nos tem a oferecer? Eu fui atrás de trabalho voluntário.

Pensei a princípio em trabalhar com gestantes, diante da minha identificação hoje como mãe. Sempre valorizei a empatia como ferramenta principal em qualquer relação. Sabe quando nada dá certo para um plano? Disse uma nova amiga minha há alguns dias "Nosso erro é achar que nós escolhemos a nossa demanda, por que na verdade, a demanda é quem nos escolhe". Minha praia não era gestantes. E foi numa quinta-feira que eu entrei como visitante em um grupo terapêutico para dependentes químicos, sozinha, sem saber quem procurar, sem entender porquê estava alí e o pior de tudo para mim, sem saber por onde começar a tal auto-apresentação.

Tenho pensado muito nisso e em como registrar mais um momento novo da minha história aqui no blog, então vou trazer o que mais tem me chamado atenção. Os pontos principais que venho observando, sem clichê, sem teoria; e sim a prática, a minha vivência com famílias que sofrem, e muito, com esta demanda que me escolheu e que eu não me opus nem pretendo me opor por todo o tempo que me for permitido. Preciso confessar e desabafar o meu apaixonamento por um trabalho forte, difícil, amargo, real, distante, vítima de preconceito e absolutamente recompensador. Em busca de ajudar ao próximo, eu me senti acolhida, ajudada e, exatamente no lugar onde deveria estar. Sem hora pra ir embora.

Quando falamos em dependência química, logo pensamos em drogas, álcool e também medicações lícitas. Eu pensava assim até lidar diretamente com ela. Tenho aprendido que o fator maior na maioria, poderia arriscar dizer até todos os casos, o fator maior e mais importante não é a dependência química em si, mas os outros e diversos fatores que levaram o indivíduo ao uso da substância, ainda no princípio, e que se fossem tratados a tempo, talvez (eu disse talvez) ele não estivesse passando por esta luta agora. É certo dizer que nem todos que usam qualquer tipo de substância se tornam dependentes, mas também posso afirmar que a maioria que conheci até agora, não usaram de maneira moderada. Afinal, o "barato" é a brisa. E como já ouvi e até já repassei em brincadeira "beber para não ficar bêbado, é engordar de graça". Mas o uso abusivo leva a dependência e de uma mera brincadeira, à patologia, à dor, à morte.

Desde então eu não consigo mais beber como antes e passei a ver os meus experimentos curiosos até então como um grande risco para a minha saúde e também saúde familiar. Dizem que nada é por acaso né.. cada dia mais eu tenho certeza disso. Há alguns anos tive um relacionamento ao qual fui muito apaixonada, e com o passar dos anos descobri que ele era usuário de drogas, digo usuário porque na época ele ainda não sofria de nenhuma dependência química. Aquela vivência me traz hoje, muito da empatia que eu pensei ao escolher o meu trabalho de caridade. E foi aí que a demanda veio e veio com tudo. Eu não pude mais me abster do tema e dei o meu depoimento em grupo, contei a minha história, as minhas dores da época, como estou hoje diante daquilo. Eu me senti a louca co-dependente, mas como também disse essa minha amiga "quem não é?", e foi assim o meu ingresso na demanda dependência química.

Pude observar que a dependência química, embora uma doença, é uma dependência como todas as outras que existem por ai, como comer, comprar, jogar, transar, sem controle. E a co-dependência, também existe em diversas áreas de todos os relacionamentos, seja com um adicto, seja com trabalho, parente, lugar e o mais importante para mim, costumes. A visão se amplia, e tu passa a ver o dependente químico como um cara absolutamente igual a ti, com dificuldades de lidar com as emoções (lembra as questões primárias que falei acima?), com exercícios que SÓ POR HOJE foram cumpridos e que amanhã começa um novo dia. E o co-dependente é só uma pessoa tentando entender que aquela outra pessoa que a gente julgava ideal, é na verdade, alguém falho e doente, que por vezes nos deixa mais doente do que "o doente" em si. Eu percebi que o adicto tem um perfil mesmo muito parecido, atraente, como eles são incríveis!! Mas que cada qual em suas nomenclaturas, são todos iguais, na busca por libertação.

Libertação da fissura; libertação do luto simbólico daquele que achávamos que era perfeito; libertação dessa vida que virou um inferno; libertação dessa co-dependência diante do suicídio do meu marido; libertação esta que já não sei aonde encontrar, mas que com o depoimento do meu irmão, eu posso acreditar que ela exista. E ir atrás dela. Porque a vida ainda vale a pena; porque eu definitivamente não preciso da droga para respirar, vivi 12 ou 20 anos sem ela; porque meu casamento acabou e eu não quero perder mais nada; porque meus filhos têm vergonha de mim; porque só me restou a vida para continuar; porque só por hoje eu posso sim conseguir tudo o que eu desejo. Não por positivismo, nem porque pode ficar ruim, se estivesse bom não estaríamos em tratamento. Mas porque dessa vez, eu escolhi, e eu posso mudar.

Fiz esse parágrafo acima porque também entendi que não é o familiar que vai libertar o adicto da dependência, nós quando co-dependentes temos essa falha de achar que podemos controlar a vida do outro, na tentativa de libertá-lo do que julgamos - para nós - ser algo nocivo. Mas nada é mais nocivo do que tirar do outro a oportunidade de escolher o próprio destino, é frustrante pra ele e principalmente para nós, porque isso não é possível até o fim. Esquecemos que a vida é de cada um, e que todos temos o tempo certo para mudarmos, ou não. E isso é extraordinário na terapêutica desses pacientes, a aceitação de que agora o jeito é esperar e cuidar de si, para que quando de fato o dependente químico precisar de ajuda e aceitar tal, sua base esteja forte o bastante para lhe acolher, ambos em busca de uma sobriedade necessária, talvez não eterna, mas o bastante para se viver em paz hoje.

Eu cai de cabeça, hoje sou psicóloga voluntária, atendo junto de uma nova amiga e impecável psicóloga aos familiares deste grupo, em outubro darei a minha primeira palestra, entrei para um curso de capacitação para prevenção de recaídas na dependência química pela Universidade de Guarulhos, neste sábado participarei de um congresso sobre política e drogas e, não pretendo parar tão cedo. 
Tem sido extraordinário! Eu me encontrei.

Este post fiz em registro e também, carinhosamente, aos pacientes do Grupo Fraterno do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz - Unidade Vila Galvão.